Dados do Trabalho
Título
MORTALIDADE POR IAM EM SERGIPE (2012-2021): UMA ANÁLISE DE TENDÊNCIA TEMPORAL
Introdução
As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no Brasil. O infarto agudo do miocárdio (IAM) têm sido a maior causa isolada de morte no país nos últimos anos, além de causar prejuízos funcionais aos sobreviventes. O presente estudo tem como objetivo analisar a tendência temporal dos casos de IAM em Sergipe de 2012-2021.
Métodos
Estudo de série temporal que incluiu todos os óbitos por IAM em Sergipe, registrados entre 2012 e 2021 no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Utilizou-se o modelo de regressão linear segmentada (joinpoint) para analisar as tendências temporais de mortalidade por IAM por meio do cálculo da variação percentual anual (APC), da variação percentual anual média (AAPC) e de seus intervalos de confiança de 95% (IC95%). As tendências foram caracterizadas como estáveis, crescentes e decrescentes, considerando o valor da APC e AAPC, o p-valor < 0,05 e a não inclusão do valor zero no IC95%. As tendências foram caracterizadas por sexo, faixa etária e região de residência (metropolitana versus interior).
Resultados
Foram registrados 7.405 óbitos por IAM em Sergipe entre 2012 e 2021, dos quais a maioria ocorreu em indivíduos do sexo masculino (n=4.104; 55,42%), com prevalência na faixa etária superior a 60 anos (n=5.468; 73,84%). Além disso, os óbitos concentraram-se de forma expressiva fora da região metropolitana de Aracaju (n=5.027; 67,88%). As tendências mantiveram-se estacionárias quanto ao sexo e à faixa etária, no entanto tiveram aumento estatisticamente significativo no quando considerada a tendência global do estado inteiro (AAPC: 2,4%; IC95%: 0,5-4,2) bem como nos municípios do interior (AAPC: 2,5; IC95%: 1,2-3,8). O período de maior incremento percentual no estado foi entre 2012 e 2014 (APC: 11,3%; IC95%: 2,8-21,4). Avalia-se que, possivelmente, tal padrão foi impulsionado pela maior mortalidade do interior do estado, pois no período de 2012 a 2015 a tendência apresentou-se crescente (APC: 8,4%; IC95%: 3,7-16,2).
Conclusões
A tendência de mortalidade por IAM em Sergipe foi crescente, provavelmente devido ao aumento significativo dos óbitos no interior do estado. Portanto, são necessárias estratégias direcionadas às particularidades locais e a possível influência das condições de vida e de acesso aos serviços de saúde da população que vive longe da região metropolitana do estado.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Juliana Santos Teles, Lucas Almeida Andrade, Tássia Nayane Vieira dos Santos, Caíque Jordan Nunes Ribeiro