Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS INTERNAÇÕES POR CARDIOPATIA REUMÁTICA CRÔNICA EM BRASILEIROS DE 0 A 14 ANOS ENTRE 2013 E 2022
Introdução
A doença reumática crônica do coração é uma preocupante consequência da febre reumática, doença inflamatória decorrente de faringotonsilites pelo estreptococo beta-hemolítico A, que atinge principalmente indivíduos mais jovens. A cardiopatia reumática crônica (CRC) é a principal causa de cardiopatia em menores de 25 anos e o principal fator de risco para endocardite no Brasil. Dada a relevância dessa doença para a juventude brasileira, é essencial que se conheça afundo seu perfil epidemiológico.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico, de abordagem quantitativa e qualitativa, com dados de janeiro de 2013 a dezembro de 2022. Foram selecionados pacientes de 0 a 14 anos internados por cardiopatia reumática crônica, segundo local de internação. As variáveis região, ano, faixa etária, sexo e raça foram analisadas. A coleta de dados foi realizada através do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), hospedado no DATASUS.
Resultados
No período avaliado, houve um total de 2.914 internações por CRC em indivíduos entre 0 e 14 anos no Brasil, sendo que o Nordeste é a região com maior prevalência (1.129), seguida do Sudeste (828), Centro-Oeste (485), Norte (253) e Sul (219). Em todas as regiões foi observada uma tendência de declínio do número de internações de 2013 para 2022, de modo que a maior variação está na região Sul (94,52%), seguida do Sudeste (93,60%), Nordeste (93,18%), Norte (92,50%) e Centro Oeste (89,07%).
Dentre as faixas etárias analisadas, a que apresenta os números mais expressivos é a de 10 a 14 anos, com 1.312 internações de 2013 a 2022, os entre 5 e 9 anos ficam em segundo (671), seguidos pelos de 1-4 anos (508) e menores que 1 ano (423). O único grupo que mostrou aumento do número de internações foi o de 1-4 anos, com acréscimo de 25,5% de 2013 para 2022.
Durante esses dez anos, o sexo masculino (1.546) foi discretamente mais internado por CRC que o feminino (1.368). Em relação à raça, houve uma prevalência maior entre os pardos (1.183), mas ressalta-se que 1.076 das internações não possuíam dados dessa variável.
Conclusões
O presente estudo constatou uma diminuição do número de internações por cardiopatia reumática crônica no Brasil como um todo, entretanto, ainda é preciso investigar cuidadosamente os casos, principalmente em regiões como o Nordeste e em crianças em idade escolar mais avançada. Não foi observada uma diferença relevante na proporção entre os sexos. Infelizmente, não há dados suficientes para ressaltar uma tendência de prevalência entre as raças.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
UFS - Sergipe - Brasil
Autores
Stéfany Lima Prado, Fabricia Correia de Azevedo, Julia Leite Garcia, Danilo Santana Santos, Tarcísio Nascimento Cardoso, José Edeilson Dias Vitorino, Yago Abilio Silva Santos, Hélison de Jesus Oliveira, Aynoa Cristianne Lima Macedo, Breno Silva Luz