Dados do Trabalho

Título

MIECTOMIA BIVENTRICULAR NO TRATAMENTO DA CARDIOMIOPATIA HIPERTRÓFICA

Introdução

Hipertrofia ventricular direita é comum em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica, sobretudo nas formas mais graves da doença. Nestes casos, além da convencional miectomia septal, se faz também necessário a miectomia ventricular direita (Borisov). O objetivo do trabalho é apresentar a experiência do serviço com esta abordagem.

Métodos

No período de janeiro de 2016 a junho de 2023 foram operados consecutivamente oito pacientes para tratamento de cardiomiopatia obstrutiva em nossa instituição. Em dois deles, a abordagem foi biventricular. O primeiro JIOB, 20 anos, sexo masculino, foi submetido à miectomia septal via aórtica e, por abordagem infundibular, ressecção de bordas musculares do septo, associada a ampliação da via de saída do ventrículo direito com “patch” de pericárdio bovino. O segundo, MGMM, 22 anos, tratava-se de reoperação para tratamento de lesão obstrutiva residual. Foi submetida a abordagem biventricular com ressecção ampliada de bandas musculares do septo e ápex do ventrículo esquerdo, pela ventriculotomia esquerda e, pela infundibulotomia, ressecção de bandas septais e traves musculares obstrutivas intracavitárias, seguidas da ampliação da via de saída com “patch” de pericárdio bovino.

Resultados

Não houve óbitos nessa série e todos os pacientes tiveram excelentes evoluções pós-operatórias. A paciente MGMM, engravidou inadvertidamente um ano após a cirurgia e apresentou gestação e parto sem anormalidades.

Conclusões

1. O tratamento cirúrgico da cardiomiopatia hipertrófica é um procedimento seguro e eficaz. 2. Nas formas graves, além da ressecção ampliada por ventriculotomia esquerda, a abordagem biventricular tem se mostrado promissora.