Dados do Trabalho
Título
ÓBITOS POR MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS CARDIOVASCULARES NO BRASIL: ANÁLISE DE DADOS ENTRE 2012-2022
Introdução
Durante a embriogênese, a formação anômala do coração e dos seus vasos pode acarretar em irregularidades no fluxo sanguíneo e consequente disfunção de perfusão dos tecidos, que pode evoluir, nos casos graves, a óbito. Tais malformações são responsáveis pelo maior número de mortes no primeiro ano de vida, excluídas as etiologias infecciosas. Dessa forma, faz-se necessário entender aspectos epidemiológicos da condição para traçar intervenções mais assertivas a fim de melhorar a assistência em saúde e diminuir a mortalidade.
Métodos
Trata-se de um estudo retrospectivo-descritivo com abordagem quantitativa, desenvolvido a partir de consulta ao DATASUS. Foram considerados para análise a ocorrência de óbitos por Malformações Congênitas do Aparelho Circulatório no Brasil no período de 2012 a 2022, bem como o sexo, a faixa etária, a cor/raça e as regiões.
Resultados
Durante o período avaliado, foram registrados 12.623 óbitos, sendo 6.560 casos (51,97%) do sexo masculino e 6.063 (48,03%) do sexo feminino. Evidenciou-se uma distribuição regular entre os 11 anos analisados, havendo uma média de 1.147 óbitos anualmente, com um desvio-padrão de 48,32. Ao analisar por região, do total de óbitos, 4.775 (37,82%) ocorreram no Sudeste, 3.232 (25,60%) no Nordeste, 2.316 (18,34%) no Sul, 1.154 (9,14%) no Centro-Oeste e 1.146 (9,07%) no Norte. Em relação à faixa etária, 71,34% dos óbitos ocorreram em menores de 1 ano de vida, enquanto 9,16% ocorreram entre 1 e 4 anos. A partir dos 5 anos, a quantidade de óbitos reduz significativamente, sendo registrado apenas 225 casos (1,78%) entre 5 e 9 anos, prosseguindo com números menores em faixas etárias posteriores. No que se refere à cor/raça, não houve informação para 4.000 óbitos. Do restante, 4.181 eram pardos, 4.109 eram brancos, 241 eram pretos, 61 eram amarelos e 31 eram indígenas.
Conclusões
O estudo revela que a maioria dos óbitos ocorre principalmente no primeiro ano de vida, acontecendo de forma regular e decrescente com o passar dos anos. Além disso, a maior parte acontece no Sudeste, enquanto que a menor, no Norte, bem como existe uma leve prevalência no sexo masculino. Com relação à cor, a mortalidade é maior em pardos e menor em indígenas, devendo-se considerar, possivelmente, uma subnotificação. Ademais, é notório que durante o passar dos anos não houve uma redução significativa da mortalidade associada às malformações congênitas cardiovasculares, sendo esse tipo de trabalho importante para manejar e embasar esforços nesse contexto.
Área
Medicina
Instituições
Universidade Federal de Sergipe - UFS - Sergipe - Brasil
Autores
Milena Eri Fujiwara, Gabriel Santos Pinheiro Carvalho, Ramon dos Anjos Sandes, Silvia Sayonara Silveira Campos, Alexandre Machado de Andrade