Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ANOMALIAS CONGÊNITAS CARDIOVASCULARES NO BRASIL

Introdução

As anomalias congênitas cardiovasculares são responsáveis pela maior parte dos casos de morbidade e mortalidade relacionadas às malformações congênitas. No Brasil, a subnotificação de casos dificulta a avaliação da prevalência dessas doenças, sendo de suma importância estudos epidemiológicos para planejar cuidados neonatais e reduzir as taxas de mortalidade fetal e infantil.

Métodos

Trata-se de um estudo retrospectivo, longitudinal, de caráter exploratório, descritivo e quantitativo baseado nos dados extraídos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), através da plataforma do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Foi realizado um recorte temporal de 10 anos entre os anos 2011-2021 e todos os dados se referem ao conjunto de doenças classificadas nos CIDs 10: Q200-Q288.

Resultados

Durante o período avaliado, foram registrados 34.761 casos de anomalias cardiovasculares congênitas. Entre 2011 e 2015, a média anual de casos notificados foi de 2.600, e desde 2016, mais de 3.100 casos são registrados anualmente, possivelmente pelo esforço em tornar a notificação compulsória. Em relação à duração da gestação, verificou-se que a maior parte dos casos foi a termo, representando 70,76% dos casos. Além disso, 33.264 casos (95,69%) foram de gestação única, com 1.373 casos (3,94%) de gestação dupla e apenas 87 de gestação tripla (0,25%). Apenas 22,07% dos casos possui registro de idade materna, e destes, 66,12% tinha entre 20 e 34 anos. Quanto à raça/cor, mais da metade dos casos (52%) foram brancos, seguido de pardos (37,5%) e pretos (7%). Quanto ao tipo de parto, 24.849 casos (71%) foram cesáreos. Dentre os pacientes avaliados, 51% eram do sexo masculino. Vale ressaltar que, em 27.088 casos (77,92%), a quantidade de consultas de pré-natal não foi informada

Conclusões

O estudo em questão reitera que as anomalias congênitas cardiovasculares são mais comuns em crianças que nasceram a termo, de gestação única e em crianças brancas, com grande maioria nascidas de parto cesáreo. Além disso, nota-se uma ausência robusta de alguns dados, como a idade materna e a realização do pré-natal

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Silvia Sayonara Silveira Campos, Gabriel Santos Pinheiro Carvalho, Milena Eri Fujiwara, Ramon Anjos Sandes, Alexandre Machado Andrade