Dados do Trabalho
Título
Patência dos enxertos em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio com necessidade de reavaliação angiográfica: um estudo transversal
Introdução
O estudo analisa a patência dos enxertos nas artérias coronárias em pacientes submetidos à cirurgia de Revascularização do Miocárdio e que necessitaram de reavaliação angiográfica, documentando o comportamento dos condutos vasculares utilizados além de avaliar fatores que pudessem influenciar a patência dos enxertos e a recidiva da doença arterial coronariana.
Métodos
Foram incluídos neste estudo pacientes de 3 Hospitais de Sergipe submetidos à reavaliação angiográfica após cirurgia de Revascularização do Miocárdio. As principais variáveis independentes foram o território revascularizado e o enxerto vascular de escolha. A variável dependente foi a necessidade de nova revascularização.
Resultados
Dos 64 pacientes incluídos no estudo, foram submetidos a enxerto de Artéria Torácica Interna (ATI) 10,9%, de Veia Safena (VS) 6,3% ou combinação de ambas 82,8%. Sete (10,9%) receberam também enxertos de outros territórios vasculares, como artérias radiais. Todos os pacientes necessitaram de revascularização da Artéria Descendente Anterior (ADA), 41 (64%) necessitaram de revascularização da artéria circunflexa (ramo marginal), 34 (53,1%) do ramo diagonal, 21 (32,8%) da Artéria Coronária Direita (ACD) e 15 (23,4%) da Artéria Descendente Posterior (ADP). Foram realizados 60 enxertos de ATI e 112 de VS. O número médio de enxertos por paciente foi de 2,8. A combinação mais comum foi a ATI /ADA com VS/ ramo diagonal e VS/ramo marginal da artéria circunflexa, com 23,4% dos casos. Após reavaliação, identificou-se que 20 (31,3%) não apresentavam oclusão do enxerto, enquanto 26 (40,6%) tinham a artéria circunflexa ocluída, 19 (29,7%) o ramo diagonal, 13 (20,3%) a ACD, 10 (15,6%) a ADP e 5 (7,8%) a ADA. Quatro (6,7%) dos enxertos de ATI apresentaram oclusão, enquanto 69 (61,6%) dos enxertos de SV foram ocluídos, representando um risco relativo de oclusão de 9,2 (IC95% 3,5-24,1; p<0,0001) quando comparados aos enxertos de ATI. Dos 64 pacientes submetidos à reavaliação, apenas 18 (28,1%) necessitaram de nova revascularização. Na análise de regressão logística, entretanto, o enxerto vascular de escolha e o território revascularizado não mostraram-se preditores independentes da necessidade de nova revascularização.
Conclusões
Dos pacientes reavaliados após a revascularização, quase 70% mostraram oclusão do enxerto, destes, os da VS tiveram 9 vezes mais oclusão em relação aos da ATI. Ainda assim, o enxerto de escolha e o território revascularizado não determinaram a necessidade de nova revascularização.
Área
Medicina
Instituições
Hospital de Cirurgia - Sergipe - Brasil, Hospital do Coração - Sergipe - Brasil, Hospital São Lucas - Sergipe - Brasil
Autores
WILSON OLIVEIRA FÉLIX, ROBERTO CARDOSO BARROSO, RAFAEL DO AMOR XAVIER, CLEVERTON CANUTO ARAGÃO, MAYRA PEREIRA SOUZA BARROS, LEONARDO ABREU ROCHA, RAMON DOS ANJOS SANDES, EMANUEL BARRETO SANTOS, SILVIA SAYONARA SILVEIRA CAMPOS, MILENA ERI FUJIWARA, GABRIEL SANTOS PINHEIRO CARVALHO, JOSÉ TELES DE MENDONÇA