Dados do Trabalho
Título
Perfil de mortalidade das internações por infarto agudo do miocárdio: uma análise da região Norte e Nordeste do Brasil no período de 2018 a 2022
Introdução
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é um dos desfechos da doença arterial coronariana com alta morbimortalidade relacionado a diversos fatores de risco, com prevalência de 9,5% dos indivíduos com mais de 60 anos em todo o mundo. Assim, o estudo visa analisar o perfil de mortalidade dessa doença nas regiões de maior impacto.
Métodos
Estudo transversal, ecológico e descritivo, obtido a partir de dados coletados do registro de morbidade hospitalar do Ministério da Saúde, no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Foram analisados os dados de taxa de mortalidade e número de óbitos das internações por IAM nas regiões Norte e Nordeste com as variáveis: ano de processamento, faixa etária, sexo, etnia e caráter da internação.
Resultados
No período analisado, no país, houveram um total de 684.393 internações por IAM e 66.058 óbitos. Nessa perspectiva, as regiões Norte e Nordeste do Brasil possuem as maiores taxas de mortalidade alcançando 10,37% e 11,16%, respectivamente. A taxa de mortalidade no Nordeste supera em mais de 15% a taxa de mortalidade média do país (9,65%). De 2018 a 2022, a taxa de mortalidade nas regiões Norte e Nordeste vem em diminuição de, em média, 0,28% a.a., contudo há um aumento no número de óbitos ao longo dos últimos anos, em média, de 19,4% a.a. A faixa etária de 80 anos ou mais teve a maior taxa de mortalidade (23,57%) com 4.449 óbitos, seguida do grupo de 70 a 79 anos (14,73%) com 5.370 óbitos. Em relação ao sexo, mulheres tiveram maior taxa de mortalidade (13,21%) em comparação aos homens (9,67%), sendo os homens a maioria em óbitos (54,4%). Na etnia, a população indígena tem maior taxa de mortalidade (13,86%) embora menor número de óbitos (14), comparada à etnia parda (10,61%) com o maior número de óbitos (9.675). As internações de urgência apresentam o maior número de óbitos (16.794) e maior taxa de mortalidade (11,65%) se comparadas às eletivas.
Conclusões
Há maior taxa de mortalidade nas regiões norte e nordeste em comparação com as demais regiões do país, dentre as quais a faixa etária de 80 anos ou mais, as mulheres, a população indígena e as internações de urgência apresentam a maior percentagem. Além disso, a taxa de mortalidade vem em diminuição apesar de o número de óbitos ter crescido durante o período analisado. Desse modo, percebe-se que o perfil epidemiológico estudado é preocupante, sendo necessários novos estudos e abordagens para elaboração de medidas e estratégias resolutivas.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Thiago Michell Santos Gois, Renato Morais de Almeida Mesquita Junior