Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Nascidos vivos com Tetralogia de Fallot no Brasil: estudo epidemiológico

Introdução

As cardiopatias congênitas são malformações que atingem cerca de 9/1.000 nascidos vivos no Brasil e se destacam pela alta taxa de mortalidade durante o primeiro ano de vida. É válido citar que a notificação de malformações congênitas (MC) detectadas ao nascimento, como as cardiopatias, tem caráter compulsório (Lei nº13.685, de 25 de junho de 2018). As cardiopatias têm sua gênese na fase embrionária, cursando com comprometimento estrutural e/ou funcional do coração e grandes vasos. Dentre elas, há a Tetralogia de Fallot (TF), que caracteriza-se por: comunicação interventricular, desalinhamento da artéria aorta, obstrução do fluxo sanguíneo do ventrículo direito e hipertrofia ventricular direita. A patologia é cianogênica e pode resultar em morte ainda durante a infância.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, a partir de dados obtidos no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) acerca dos nascidos vivos com TF, entre 2018 a 2021, disponível no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Além disso, foi feita busca bibliográfica nas plataformas Scielo e BVS visando consolidar os dados coletados.

Resultados

No período de 2018 a 2021, no Brasil, foram registrados 126.727 nascidos vivos com MC, sendo casos de TF 0,367% (n=466) desse valor. O ano com mais nascidos com TF foi 2018 (29,1%; n=136) e o com menos foi 2020, com 19,7% (n=92). A região Sudeste registrou o maior número de casos, com 64,5% (n=301), e a região Norte o menor, com 2,7% (n=13). Em relação aos tipos de parto, destaca-se a cesária com 80% (n=373). É válido ressaltar que dentre os nascidos vivos com MC, 29,4% (n=37.318) são prematuros, já entre os nascidos vivos com TF a prematuridade atinge 31,7% (n=148). A cor/raça prevalente entre as crianças com Fallot foi a branca, com 58,7% (n=274).

Conclusões

Há maior registro de TF na região Sudeste, contudo, o menor número na região Norte pode ser resultado de provável subnotificação. Tal possibilidade também se aplica ao ano de 2020, tendo menor número de casos por coincidir com a pandemia de Covid-19. Ademais, é considerável o número de casos em prematuros, nascidos de cesárea e de cor/raça branca. Em síntese, os dados obtidos revelam a necessidade de maior efetivação da notificação compulsória dos casos de TF por todo o país, para que haja uma melhor prevenção por meio de ações de promoção de saúde.

Área

Medicina

Instituições

UNIT - Alagoas - Brasil, Universidade Federal de Alagoas (UFAL) - Alagoas - Brasil

Autores

Gabriela Barbosa de Sá Rocha, Laynny da Trindade Vasconcelos, Guilherme Carvalho de Souza, Eliab Batista Barros, Alícia Eduarda Rios Soares, Luciana Shiguemi Yamada, André de Oliveira Paiva, Larissa da Silva Almeida, Rafaella Palumbo, Tereza Gomes Loureiro Gayoso