Dados do Trabalho
Título
Mortalidade por Insuficiência Cardíaca na região Nordeste: uma análise epidemiológica entre os anos de 2015 e 2022.
Introdução
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome definida como a incapacidade do coração em suprir a demanda dos tecidos. Estima-se que 6,4 milhões de brasileiros sofram de IC e, com sua alta mortalidade na região Nordeste, torna-se um importante problema de saúde pública. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil dos casos de mortalidade por IC e sua relação com as variáveis sociodemográficas entre os anos de 2015 a 2022.
Métodos
Realizou-se um estudo epidemiológico de natureza ecológica e retrospectiva, com uma abordagem quantitativa e análise de série temporal. Os dados foram obtidos do departamento de informática do Sistema Único de Saúde, no Painel de Monitoramento da Mortalidade CID-10. Na categoria de Indicador - CID-BR-10, selecionou-se "Insuficiência cardíaca (I50)", considerando o período de 2015 a 2022 e abrangendo a Região Nordeste. Os dados populacionais foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As análises de tendências temporais foram realizadas por meio de modelos de regressão linear segmentada utilizando o Joinpoint 5.0.2, com os resultados apresentados em AAPC (média de variação percentual anual).
Resultados
Foram registrados 54806 óbitos decorrentes de IC. Em 2015, foram 6800 óbitos (12,40%); 6956 em 2016 (12,68%); 6.608 em 2017 (12,06%); 6628 em 2018 (12,10%); 6597 em 2019 (12,04%); 6638 em 2020 (12,13%); 7000 em 2021 (12,77%) e um aumento em 2022, com 7.579 óbitos (13,84%). Ao analisar a taxa média de óbitos por 100 mil habitantes (óbitos/100 mil), houve um incremento ao longo do período, com uma taxa média de 13,87 óbitos/100 mil em 2022, contrastando com os 12,02 óbitos/100 mil registrados em 2015. O estado da Paraíba registrou o maior coeficiente geral de mortalidade (CGM) por IC da região com 131,49 óbitos/100 mil. Houve maior mortalidade em indivíduos do sexo masculino (50,79%), declarados pardos (59,90%) e na faixa etária acima de 80 anos (46,04%). Além disso, o local de ocorrência de óbitos que prevaleceu foram os hospitais (66,96%). A tendência temporal de mortalidade do Nordeste foi crescente (AAPC 1,78), no entanto ao analisar os estados da região individualmente todos foram estáveis, com exceção da Bahia (AAPC 1,36) que também foi crescente.
Conclusões
Os dados analisados mostram alta mortalidade entre idosos, especialmente homens e pardos, com ocorrência predominante em ambiente hospitalar. A adoção de políticas de saúde direcionadas aos pacientes com IC pode contribuir para melhorar o prognóstico e a sobrevida dos indivíduos.
Área
Medicina
Instituições
Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Lorena Ferreira de Azevedo Melo, João Victor Andrade Pimentel, Walmer Carvalho Filho, José Jailson Santos Rodrigues, Carolina Cristina Barbosa Sousa, João Victor Cunha Melo, Ubaldino José Oliveira Neto, Carolina Andrade Cunha, Gabriel Andrade Andrade Costa Reis, Yasmim Silva Carvalho, José Vinícius Rezende Andrade, Simone Otilia Cabral Neves