Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Incompetência cronotrópica em pacientes no pós-COVID-19.

Introdução

A síndrome pós-COVID-19 pode ser definida como uma fase de persistência das manifestações clínicas com duração superior a um mês após o diagnóstico da doença. Estes pacientes podem apresentar incompetência cronotrópica (IC), definida como limitação do aumento da frequência cardíaca (FC) adequadamente em resposta às demandas metabólicas, o que leva à intolerância ao exercício físico, deterioração da qualidade de vida, aumento risco de eventos cardiovasculares e mortalidade. O objetivo estudo foi estimar a prevalência e avaliar os fatores associados à IC em pacientes com síndrome pós-COVID-19.

Métodos

Estudo transversal realizado com 93 pacientes que não faziam uso de betabloqueador, apresentaram relação de trocas respiratórias (RER) ≥1,0 e completaram o protocolo do teste cardiopulmonar de exercício (TCPE) em um serviço de cardiologia de um hospital privado no estado de Sergipe, no período de maio de 2021 a maio de 2022. Os pacientes foram divididos em dois grupos: portadores de IC e sem IC, baseado no índice cronotrópico. Os classificados como portadores de IC apresentavam escore igual ou menor que 0,8. Modelo de regressão logística foi empregado para identificar fatores associados à IC entre indivíduos com síndrome pós-COVID-19. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe.

Resultados

Dentre os 93 participantes, 19 indivíduos (20,4%; IC 95% 13,5 - 29,7) foram diagnosticados com IC. A idade média foi de 45 anos (37 – 43) e o tempo desde o diagnóstico de COVID-19 foi de 120 dias (90 – 240). Não foram encontradas diferenças entre pacientes com e sem IC na pressão arterial, FC e parâmetros de função pulmonar antes do TCPE. Os resultados do TCPE indicaram que os pacientes com IC apresentaram menor FC pico, consumo de oxigênio máximo (VO2máx) e VO2máx previsto em comparação com aqueles sem IC. O modelo de regressão logística multivariada demonstrou que a IC esteve associada ao comportamento sedentário.

Conclusões

A prevalência de IC foi de 20,4% na amostra da população pós-COVID avaliada, sendo este resultado associado ao comportamento sedentário. Esses achados ratificam uma das possíveis complicações cardiovasculares provocadas pelo sedentarismo e que pode levar à repercussão em prognóstico.

Área

Medicina

Instituições

HOSPITAL SAO LUCAS- Rede D'Or São Luiz - Sergipe - Brasil, UNIVERSIDADE TIRADENTES - Sergipe - Brasil

Autores

GABRIELA MENEZES G DE BRITO, MILENA DOS SANTOS BARROS CAMPOS, ANTONIO CARLOS SOBRAL SOUSA, PAULO RICARDO MARTINS FILHO, KARINNE SIMÕES DA CRUZ SANTOS