Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica da mortalidade por parada cardíaca no Brasil entre os anos de 2015 e 2021, segundo variáveis faixa etária e local de ocorrência

Introdução

A parada cardíaca é causada pela inatividade do coração que gera ausência de aporte de oxigênio para os tecidos. É um evento que pode resultar em morte, o que justifica sua importância para a saúde pública. Entender a dinâmica das paradas é relevante para melhor preparar a população e as equipes de saúde ao prestar primeiros socorros.

Métodos

Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, transversal que analisou quantitativamente os índices de mortalidade por parada cardíaca no Brasil entre os anos de 2015 a 2021 disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). A análise da distribuição de óbitos considerou as variáveis faixa etária e local de ocorrência, segmentado por região do país.

Resultados

Durante o período de estudo, foram registrados 11746 óbitos por parada cardíaca. O Nordeste é a região de maior número de óbitos com 36,78%, seguido de perto pelo Sudeste com 36,02%. O Centro-Oeste e o Norte são as regiões de menor número de óbitos com 6,23% e 8,58%, respectivamente. Os eventos em ambiente domiciliar equivalem a 56,4% dos óbitos, seguido do hospitalar com 26,69%. Houve aumento no número de óbitos de 241,98% entre 2015 e 2021 (de 948 para 3242), sendo registrado aumento de 54,87% entre 2019 e 2020 e 49,95% entre 2020 e 2021. O óbito domiciliar aumentou 322,57% entre 2015 e 2021 (de 474 para 2003), com significativo aumento de 86,48% entre 2019 e 2020 e 52,78% entre 2020 e 2021. A faixa etária com mais eventos foi a de 80 anos ou mais (35,62%), seguido de 70-79 anos (20,02%0 e de 60-69 anos (18,1%).

Conclusões

Conclui-se que houve aumento significativo do número de paradas cardíacas entre 2015 e 2021, sendo o período da pandemia pelo Covid-19 em 2020 e 2021 aquele que mais contribuiu. Observou-se também que a parada cardíaca em ambiente domiciliar foi a que mais aconteceu e aumentou, muito provavelmente pelos quadros respiratórios que aconteceram em casa, sendo necessário atendimento pelo SAMU. Nota-se também que o Nordeste e o Sudeste precisam de políticas para melhor atender esse grande número de paradas que lá ocorrem e cada vez mais aumentam. Deve-se observar se há, no Norte e Centro-Oeste, algum evento de subnotificação ou de impossibilidade da chegada da equipe para atendimento. É notório que a incidência de óbitos aumenta à medida que a faixa etária progride. Pode-se salientar ainda que é necessária a atualização dos anos de 2022 e 2023 no DATASUS para continuidade da avaliação.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil, Universidade Tiradentes ( UNIT- Estância) - Sergipe - Brasil

Autores

Luiz Guilherme de Jesus Araújo Santos, Larissa Farias Galvão, Pedro Ribeiro Aguiar Fonseca Neto