Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Experiência Contemporânea em Valvoplastia Mitral Percutânea por Cateter Balão

Introdução

Desde sua introdução em 1984, a valvoplastia mitral percutânea por balão (VMPB) consolidou-se como o procedimento de escolha para pacientes com estenose mitral reumática sintomática grave, proporcionando excelentes resultados imediatos, intermediários e a longo prazo.
Características anatômicas da valva mitral são necessárias para à viabilidade e segurança da VMPB. O parâmetro ecocardiográfico mais utilizado é o escore de Wilkins-Block (WB), que leva em consideração as características do folheto, as comissuras e o aparelho subvalvar, sendo um escore favorável para o procedimento percutâneo ≤ 8.
Na experiência inicial, paciente com valvopatia mais avançada (WB > 8) eram contra-indicados à VMPB. Com o ganho de experiência e a alta demanda no nosso meio, temos sido mais flexíveis com a indicação do procedimento.
O objetivo desse estudo é relatar uma experiência contemporânea em VMPB num hospital filantrópico de referência em Cardiologia no estado de Sergipe.

Métodos

Trata-se de um estudo transversal, descritivo e retrospectivo numa coorte de um hospital do Estado de Sergipe. A coleta de dados foi realizada via prontuário eletrônico, sistema SALUX, e para análise estatística utilizamos a média aritmética pelo SPSS.

Resultados

Foram analisados 16 pacientes no período de maio/2022 a abril/2023, 87% sexo feminino, idade média 42,1anos, 25% apresentavam Fibrilação Atrial/Flutter e 62,6% com Classe Funcional NYHA ≥ 3.
A área valvar média pré-procedimento foi de 0,86 cm2, escore WB médio 7,75, sendo 31,25% maior que 8 e a Pressão Sistólica da Artéria Pulmonar (PSAP) ≥ 50mmHg foi evidenciada em 57,1% das 14 registradas.
Nenhum óbito intra-hospitalar foi registrado e nenhum paciente permaneceu com PSAP ≥ 50mmHg após a VMPB. Dos 5 pacientes (31,25% da amostra) com escore WB ≥ 9, nenhum deles evoluiu para conversão de cirurgia convencional.
A conversão para cirurgia convencional ocorreu em 3 pacientes (18,75%), dos quais uma emergência por tamponamento pericárdico.
A área valvar média pós procedimento dos não operados foi de 1,6cm2 e apenas 1 paciente dos não operados apresentou insuficiência mitral moderada, demais ausente ou discreta.

Conclusões

A VMPB ainda permanece como escolha segura para o tratamento da estenose mitral reumática e nessa pequena casuística não conseguimos detectar piores desfechos com pacientes de WB ≥9 em comparação ao grupo ≤8.

Área

Medicina

Instituições

Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia - Sergipe - Brasil

Autores

Beatriz Moraes Silva , Roberto Cintra Azevedo Aragão, Eryca Vanessa Santos Jesus, Luiz Flávio Andrade Prado, Wersley Araújo Silva, Marco Paulo Cunha Campos, Carlos Aurelio Santos Aragão, Cleverton Canuto Aragão, Emanuella Machado Silva