Dados do Trabalho
Título
Inequidades no tratamento da coronariopatia aguda: rede privada versus sistema público de saúde
Introdução
Devido aos esforços e empenho da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), com registros nacionais, é possível termos dados minuciosos que permitem analisarmos as diferenças entre hospitais públicos e privados na assistência prestada e desfechos de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda. A presente investigação teve como objetivo determinar as diferenças das características dos pacientes, do acesso aos serviços bem equipados, do tratamento oferecido e de resultados intra hospitalares e após 12 meses entre hospitais públicos e privados no Brasil para pacientes com síndrome coronariana aguda.
Métodos
Trata-se de um estudo observacional prospectivo que incluiu pacientes internados com diagnóstico de SCA em 47 hospitais brasileiros. Os pacientes foram seguidos desde admissão até a alta e depois foi realizado follow up por contato telefônico, aos 30 dias, 6 meses e 12 meses. Foram coletados dados clínicos, pessoais (história prévia) e do evento índice, tais como prescrição médica e ocorrência de eventos cardiovasculares maiores (mortalidade cardiovascular, reinfarto e acidente vascular encefálico – AVE). A atual casuística comparou os resultados obtidos pela população usuária do Sistema Público de Saúde e a população usuária da rede privada. Valores de p<0,001 foram considerados estatisticamente significantes. O Registro ACCEPT incluiu, no período de agosto de 2010 a abril de 2014, um total de 5.047 pacientes, tornando-se o maior registro prospectivo já publicado com SCA no Brasil. Para a presente análise, foram considerados todos os pacientes que finalizaram o seguimento de 12 meses (n=4375).
Resultados
Os pacientes atendidos na Rede Pública tiveram menos acesso direto a um serviço especilizado, sendo que um maior número precisou ser transferido (38,9%; p<0,001), além de passar mais dias internados (após 7 dias, 40,7% ainda estava internado; p<0,001) e o óbito nesse subgrupo também apresentou diferença estatística, tanto no período de internação quanto aos 12 meses.
Conclusões
Concluiu-se que, no Brasil, o manejo de pacientes com Síndrome Coronariana Aguda é influenciado pelo tipo de atendimento, ou seja, público ou privado. Os pacientes eram mais propensos a ter piores desfechos em hospitais públicos.
Área
Enfermagem em Cardiologia - Multiprofissional
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - Sergipe - Brasil
Autores
JEFERSON SANTOS, SUELEN MAIARA DOS SANTOS, ANDREZA OLIVEIRA ALMEIDA