Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

BIOMARCADORES CARDÍACOS COMO PREDITORES DE SEVERIDADE E MORTALIDADE EM PACIENTES HOSPITALIZADOS COM COVID-19: UM ESTUDO PROSPECTIVO

Introdução

Em dezembro de 2019 surgiu em Wuhan, na China, uma nova infecção viral causada por um coronavírus. É de interesse de todos entender mais a hipótese de que níveis aumentados de biomarcadores cardíacos estão trazendo graves consequências. O objetivo do presente artigo e pesquisa foi investigar as relações entre biomarcadores cardíacos específicos e gravidade e mortalidade por COVID-19.

Métodos

Realizamos um estudo de coorte, observacional, longitudinal e prospectivo. Acompanhamos entre junho e agosto de 2020, 233 pacientes internados com COVID-19 confirmados. Foram avaliados os seguintes dados sanguíneos: troponina, mioglobina, creatina quinase – MB (CK-MB), interleucina 6, D-dímero, creatinina, proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR-hs), desidrogenase láctica (LDH).

Resultados

A comorbidade de maior prevalência na amostra foi de pacientes hipertensos (66,5%0 e diabéticos (44%). Não houve diferença significativa entre os fatores de risco avaliados (idade, sexo, hipertensão arterial, obesidade, cardiopatia e diabetes) quanto à gravidade e mortalidade. Em relação às variáveis laboratoriais, na avaliação pelo teste de Mann‐Whitney, mioglobina, d -dímero, LDH, PCR-us, neutrófilos e albumina apresentaram diferença significativa na gravidade e ou mortalidade da doença. Discussão: Li Bo, et al., 2020, cita dano direto aos cardiomiócitos pela infecção viral pelo SARS Cov 2. Foi analisado do trabalho em questão que o marcador troponina não teve relação com mortalidade hospitalar, porém pacientes com mioglobina > 167 apresentaram um risco de morte de 3.65 (IC 1,71 – 7,62, p = 0.001) e níveis de CKMB > 2.8 um risco de morte de 3.01 (IC 1.26 – 7.74). Corroborando com este trabalho, Chaoqum Ma, et al, 2021, observou ainda que a mioglobina teve maior correlação com a taxa de gravidade ( Mb, r = 13,9 vs. cTnI, r = 3,93 ) e de letalidade (Mb, r = 15,42 vs. cTnI , r = 3,04), além de aumento na chance de piores desfechos como doença grave [Mb, OR = 13,75 (10,2–18,54) vs. cTnI, OR = 7,06 (3,94–12,65)] e mortalidade [Mb, OR = 13,49 (9,3–19,58) ) vs. cTnI, OR = 7,75 (4,4–13,66)] do que a troponina.

Conclusões

Os dados revelaram que o marcador troponina não tem relação com mortalidade hospitalar. Além disso, em relação aos demais marcadores de lesão cardíaca, foi visto que elevação nos níveis de mioglobina e de CKMB apresentaram aumento no risco de morte, com significância estatística.

Arquivos

Área

Medicina

Instituições

HOSPITAL METROPOLITANO DOM JOSÉ MARIA PIRES - Paraíba - Brasil

Autores

GUTEMBERG DE SOUSA DANTAS SEGUNDO, BRUNA GADELHA DORNEELAS, RODOLFO DE ALMEIDA FIGUEIREDO, GUSTAVO RIQUE MORAIS, LILIANE CRISTINA MARTINS FERNANDES, LUCAS XAVIER FREITAS, FABIO FERNANDES DOS SANTOS, GUSTAVO SOARES FERNANDES, DANIEL MOREIRA COSTA MOURA, MARIA MARINA DA NÓBREGA CARVALHO, RENNER AUGUSTO RAPOSO PEREIRA, FABYAN ESBERARD DE LIMA BELTRÃO