Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

IMPACTO DE UMA INTERVENÇÃO EDUCATIVA NO AUTOCUIDADO DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NOS HOSPITAIS DO ESTADO DE SERGIPE

Introdução

A insuficiência cardíaca (IC) é um problema de saúde pública caracterizada por prolongado tempo de hospitalização e reinternações frequentes. Diante de estratégias educativas que gerenciam o estilo de vida do paciente, este estudo objetiva avaliar o impacto da prática educacional no aprimoramento do autocuidado de portadores de IC em Sergipe.

Métodos

Ensaio clínico randomizado e controlado, em seis hospitais de Sergipe. Foram incluídos pacientes de ambos os sexos, com idade ≥ 18 anos, diagnóstico médico de IC com disfunção sistólica e internados por descompensação do quadro clínico relacionada às alterações de parâmetros vitais. A intervenção utilizada foi uma cartilha educativa com orientações sobre IC no pós alta hospitalar, sendo realizadas chamadas telefônicas para reforçar as informações. Foi aplicado um questionário de autocuidado para os pacientes antes da alta hospitalar e 60 dias após, considerando-o adequado quando o score da escala foi ≥ 70%. Os pacientes foram randomizados de forma aleatória entre grupo intervenção (GI) e grupo controle (GC). A análise estatística descritiva dos dados foi feita pelo SPSS.

Resultados

59 pacientes foram incluídos e randomizados, porém 37 pacientes concluíram o período de acompanhamento, sendo GI=15 e GC=22. No GI, antes da alta hospitalar, 40% dos participantes obtiveram scores adequados em relação ao autocuidado da IC, com maior média referente à sessão de manejo. Após a intervenção, todos os participantes obtiveram pontuações que caracterizam autocuidado adequado, com maior média na sessão de confiança no autocuidado (3,3±0), sendo os itens referentes à assiduidade das consultas médicas e ao contato com profissional da saúde para obter orientações frente à descompensação da IC os recursos mais prováveis de serem utilizados, com médias 3,9±0 nesses domínios. Quanto ao GC, antes da alta hospitalar, 32% dos participantes apresentaram autocuidado adequado, no entanto, a reavaliação desse instrumento após 60 dias revelou menor aumento no autocuidado deste grupo em relação ao GI, visto que apenas 41% conseguiram a pontuação suficiente. A média dos valores atribuídos à sessão com melhor desempenho do GC foi menor em relação ao GI, com scores mais altos no manejo do autocuidado (2,8±1), ainda que isoladamente à assiduidade nas consultas médicas possua um valor médio (3,8±1) aproximado ao do GI.

Conclusões

A intervenção realizada garantiu integralmente aos pacientes do GI um autocuidado adequado da IC, com índices melhores do que os do GC.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Vinícius Barbosa dos Santos Sales, Wanessa Alves Silva, Luciane Souza da Silva, Cleidinaldo Ribeiro de Goes Marques