Dados do Trabalho

Título

EVOLUÇÃO A LONGO PRAZO DE FÍSTULA CORONÁRIA-VENTRÍCULO ESQUERDO NÃO TRATADA

Introdução

As fístulas das artérias coronárias para as câmaras cardíacas são geralmente causadas por malformações congênitas. A repercussão hemodinâmica depende do local de origem e destino da conexão anormal encontrada. A maioria dos casos, principalmente no ventrículo esquerdo (VE) deve ser tratada com cirurgia para se evitar remodelamento ventricular e piora da função sistólica a longo prazo.

Descrição do Caso

O presente relato descreve o caso de uma paciente do sexo feminino, 75 anos, que tinha diagnóstico de fístula da coronária esquerda para o VE há 10 anos. Como era pouco sintomática, a paciente optou por não realizar a cirurgia indicada. Perdeu acompanhamento e depois de 10 anos retornou ao serviço com quadro de dispneia aos pequenos esforços, dispneia paroxística noturna, ortopneia e edema de membros inferiores. Realizou eletrocardiograma com sobrecarga de câmaras esquerdas e ecocardiograma com hipertrofia excêntrica de VE de grau moderado e disfunção sistólica de VE de grau moderado com fração de ejeção de VE de 39%. O ecocardiograma apresentava fluxo sisto-diastólico intra-ventricular esquerdo próximo aos segmentos médio e apical da parede ântero-septal (FIGURA). Iniciou tratamento para insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida com furosemida, carvedilol, sacubitril-valsartana, espironolactona e dapagliflozina com boa resposta clínica, permanecendo com a opção pessoal de não ser submetida a cirurgia cardíaca.

Conclusões

O presente relato demonstra um caso de evolução ruim a longo prazo de fístula coronária-ventrículo esquerdo não corrigida, o que reforça a indicação de intervenção cirúrgica em casos com repercussão hemodinâmica significativa.

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