Dados do Trabalho

Título

Adesão medicamentosa de pacientes com hipertensão arterial resistente e doença renal crônica em um ambulatório especializado de Salvador - BA

Introdução

A não adesão medicamentosa consiste em uma das principais causas de controle inadequado da hipertensão arterial (HA). Assim, garantir a adesão medicamentosa é um dos pilares do tratamento da HA, sobretudo em pacientes com diagnóstico de Hipertensão Arterial Resistente (HAR) e Doença Renal Crônica (DRC). Apesar da meta de pressão arterial (PA), na DRC, ser indefinida e dependente de morbidades associadas, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda uma meta menor que 130 x 80 mmHg. A fim de avaliar a adesão medicamentosa a partir de um instrumento confiável e validado, este estudo lança mão da Escala de Adesão Terapêutica de Oito itens de Morisky, um instrumento de autorrelato que permite a avaliação do comportamento dos pacientes diante dos medicamentos receitados. A classificação de alta adesão é de extrema importância a esses pacientes com diagnóstico de HAR e DRC, uma vez que essas doenças possuem relação de causa e consequência.

Métodos

Foram incluídos pacientes com diagnóstico de HAR e DRC acompanhados no Ambulatório de HAR de um hospital universitário em Salvador. Os pacientes foram esclarecidos e, mediante assinatura do TCLE, aceitaram participar do estudo. Durante a coleta, foi aferida a pressão arterial desses pacientes, verificado o valor do clearance de creatinina e aplicada a Escala de Adesão Terapêutica de Oito itens.

Resultados

Foram incluídos 125 pacientes. Destes, apenas 13,6% estavam com a medida pressórica no momento da coleta menor que 130 x 80 mmHg e 5 (4%) não tiveram aferição registrada e/ou realizada. Dentre aqueles que estavam com o valor de PA recomendado pela Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, 8 (47,05%) apresentaram classificação de alta adesão na escala aplicada. Dos pacientes com PA aferida acima do valor recomendado, 68 (56,67%), tiveram sua classificação em moderada e baixa pela escala.

Conclusões

Em pacientes com DRC e HA atingir a meta pressórica pré-estabelecida é de fundamental importância para a proteção cardiovascular e redução de mortalidade. A adesão medicamentosa é um dos principais fatores modificáveis relacionados ao alcance da meta pressórica. Pacientes com PA fora da meta preconizada podem apresentar vulnerabilidades de seu acompanhamento, à medida que não apresentam alta adesão ao tratamento medicamentoso.

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