Dados do Trabalho
Título
Perfil de mortalidade hospitalar de brasileiros usuários do sistema único de saúde por infarto agudo do miocárdio durante o período de 2013 a 2022
Introdução
O infarto agudo do miocárdio (IAM) é caracterizado como um bloqueio do fluxo sanguíneo para o miocárdio, que resulta em um processo de necrose de parte do tecido muscular estriado cardíaco, com consequente interrupção abrupta e intensa na região afetada. Apesar das melhorias na prevenção e no tratamento do IAM, o número de mortes por essa condição ainda é significativo. Portanto, compreender o perfil de mortalidade hospitalar de brasileiros usuários do Sistema Único de Saúde por IAM durante um período de 10 anos pode ser útil para identificar fatores de risco e ajudar a melhorar a qualidade do atendimento e as políticas de saúde relacionadas a essa condição.
Métodos
Estudo ecológico, transversal, retrospectivo e descritivo, desenvolvido com base nos dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. O software Microsoft Office Excel foi utilizado para coletar, organizar e analisar os dados. O estudo envolveu as variáveis número de óbitos, região político-administrativa, taxa de mortalidade, raça/cor, sexo e faixa etária. O período analisado foi de 2013 a 2022.
Resultados
No período apresentado foram notificadas 124.030 óbitos por IAM no Sistema Único de Saúde, o que explicita o Infarto Agudo do Miocárdio como um problema de saúde pública brasileira, especialmente no ano de 2022 (11,76%). A maior parte desses óbitos se destacam na região sudeste (48,40%), acompanhando o perfil de densidade demográfica, porém sua taxa de mortalidade (10,22), foi inferior àquela apresentada pela região nordeste (11,80), o que pode estar associada aos fatores econômicos determinantes da região, além das barreiras de acesso aos serviços de saúde e baixo nível de instrução da população. Observou-se maior frequência de óbitos pelos indivíduos de cor/raça branca (39,10%), seguido pelos indivíduos de cor/raça parda (29,25%). A respeito do sexo, houve uma predominância de óbitos pelo sexo masculino apresentando nesse período um total de 69.467 (56%). Em exclusiva análise de faixa etária, a faixa de indivíduos de 70 a 79 anos se apresenta como os detentores da maioria de óbitos no período representado (29,32%), seguido pela faixa etária de 60 a 69 anos (27,11%).
Conclusões
Este estudo indicou que o IAM possui uma prevalência relevante no Brasil e representa custos substanciais para seu sistema de saúde. Adicionalmente, as taxas significativas de mortalidade permitem confirmar a hipótese de estudo e apontam para o desenvolvimento de estratégias de intervenção como uma necessidade de saúde.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
Universidade do Estado da Bahia - Bahia - Brasil
Autores
Hellen Caroline Costa, Gabriela Beatriz Coelho, Gilglécia Mendes, João Vitor Xavier, Lailson Joaquim Silva, Adriana Souza, João Gabriel Viana, Ana Flavia Napumaceno