Dados do Trabalho
Título
Taquicardiomiopatia secundária a Flutter Atrial: relato de caso
Introdução
A taquicardiomiopatia (TCMP) tem sido reportada como uma causa secundária de arritmias supraventriculares, principalmente a fibrilação atrial. Entretanto, a associação de Flutter Atrial e insuficiência cardíaca podem ocorrer, aumentando o risco de morbidade e mortalidade. Descrevemos o caso de um paciente com taquicardiomiopatia secundário a flutter atrial.
Descrição do Caso
Paciente, do sexo masculino, 75 anos, sem comorbidades prévias, relatou histórico de vertigens associado a síncope. Após um episódio de síncope, cursou com queda da própria altura, causando traumatismo crânio encefálico. Ao ser admitido na emergência foi solicitado uma tomografia de crânio (TC) e ECG para melhor avaliação e definição de condutas. O ECG mostrou Flutter Atrial e TC evidenciou hemorragia e hematoma subgaleal. Foi submetido a craniotomia e cranioplastia por hematoma subgaleal. ECO realizado durante internamento mostrou FEVE estimada, em presença de arritmia supracitada, entre 32-35%. Após 3 meses do evento, foi optado por cardioversão elétrica, devido ao contexto de síncopes prodrômicas e possível disfunção ventricular induzida por arritmia. Após a realização do procedimento com sucesso e sem intercorrências, o paciente foi submetido a novo ECO, que mostrou FEVE de 67,93%. O paciente segue em acompanhamento clínico em ambulatório de referência em arritmia e se mantém assintomático do ponto de vista cardiovascular
Conclusões
Entre as causas de insuficiência cardíaca, a taquicardiomiopatia é uma etiologia rara, mas potencialmente reversível de disfunção ventricular esquerda de baixo débito. Tradicionalmente, a taquicardiomiopatia tem sido definida como disfunção ventricular causada por uma arritmia persistente. Em termos de substratos, a origem pode ser de focos ectópicos - atriais ou ventriculares - que causam dissincronia e discinesia no ventrículo esquerdo, por isso, o termo "cardiomiopatia induzida por arritmia" tem sido cada vez mais utilizado para descrever esse fenômeno. Nos consensos mais atuais, a etiologia é desatada em sua definição: considera-se disfunção atrial e/ou ventricular secundária à contração miocárdica rápida e/ou assíncrona, revertida parcial ou completamente após o tratamento da arritmia causadora.
Área
Medicina
Instituições
Hospital Universitário Professor Edgar Santos - Bahia - Brasil, Universidade Federal da Bahia - Bahia - Brasil, Universidade Salvador - Bahia - Brasil
Autores
Amanda Gabriela Rodrigues dos Santos de Souza, Osvaldo Carlos Silva Leopoldino, Victória Bastos Rodrigues, Bernardo de Oliveira Torres, Alex Teixeira Guabiru, Jussara de Oliveira Pinheiro Duarte, Luiz Pereira de Magalhães