Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

COMPARAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NO ESTADO DE SERGIPE NOS ANOS DE 2013-2018 E 2018-2023

Introdução

Anualmente, ocorrem cerca de 300 mil a 400 mil casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) no Brasil, sendo a taxa de mortalidade de aproximadamente 20%. A fim de diminuir esses números faz-se necessário conhecer as particularidades de cada região para intervir com eficácia. Assim, o presente estudo se propõe a entender o perfil epidemiológico do IAM em Sergipe e comparar a evolução da doença em dois recortes temporais.

Métodos

Estudo transversal, exploratório, retrospectivo e quantitativo baseado no banco de dados do DATASUS, a partir dos registros de Morbidade Hospitalar do Sistema Único de Saúde do estado de Sergipe, a fim de avaliar a evolução da morbimortalidade por IAM na última década. Para isso, comparou-se os períodos de abril de 2013 a abril de 2018 e de abril de 2018 a abril de 2023.

Resultados

Avaliou-se 11.410 casos de internações nesse período, dos quais 4.939 (43%) foram notificados nos primeiros 5 anos e 6.471 (56%) na segunda metade avaliada. Nesse primeiro período (2013-2018), a taxa de mortalidade foi de 15% e a maior prevalência foi no sexo masculino tanto de pacientes internados, com 3.043 casos (61%), quanto de número de óbitos, com 409 casos (13%). Desses, as faixas etárias de maior mortalidade foram as de: 60 a 69 anos, com 210 casos (51%) e de 70 a 79 anos, com 209 casos (51%). No recorte seguinte (2018-2023), a maior taxa de internação se manteve no sexo masculino, com 3.934 casos (60%), contudo, a maior taxa de mortalidade ocorreu em pacientes do sexo feminino, em que, de 2.537 (36%) pacientes internadas, 390 evoluíram a óbito (51%). Dentre essas, observa-se maior mortalidade na faixa etária de 70 a 79 anos, com 117 pacientes (30%). Nos períodos avaliados, houve poucos registros de raça/cor, mas os pacientes autodeclarados pardos lideraram a maior taxa de mortalidade em ambos, no primeiro (2013-2018) com, 41 casos (5%) e no segundo (2018-2023) com 184 casos (24%).

Conclusões

De todos os casos avaliados, percebe-se maior número de casos de internação entre os pacientes do sexo masculino, mas houve, no segundo momento, maior taxa de óbitos no sexo feminino. Além disso, ainda que o número total de casos de internação geral tenha tido um aumento de aproximadamente 30%, a taxa de mortalidade diminuiu de 15% para 11%, demonstrando melhora no manejo da doença. Foi observada também a manutenção da faixa etária (70-79 anos) e da raça/cor informada (parda) mais acometidas.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Bianca de Souza Leite Pessôa, Silvia Sayonara Silveira Campos, Antônio Carlos Sobral Sousa