Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

PROVÁVEL EFEITO PROTETOR DA METFORMINA SOBRE A ISQUEMIA MIOCÁRDICA EM DIABÉTICOS SUBMETIDOS À ECOCARDIOGRAFIA SOB ESTRESSE FÍSICO

Introdução

A síndrome coronariana crônica é considerada mais severa em diabéticos e a doença cardiovascular, uma das principais causas de morte nesse grupo. A metformina é capaz de melhorar a disfunção endotelial e confere efeito protetor cardiovascular. O objetivo deste estudo é avaliar o uso de metformina por pacientes diabéticos sobre a isquemia miocárdica.

Métodos

Estudo observacional, transversal, analítico, com amostra de pacientes diabéticos submetidos a ecocardiografia sob estresse físico (EEF) divididos em dois grupos: uso de metformina e sem uso de metformina. A comparação entre os grupos foi realizada pelo teste Qui-quadrado, com nível de significância 0.05. Utilizou-se análise de Cluster para avaliar as variáveis preditoras da isquemia miocárdica. As análises foram realizadas no software SPSS Statistics versão 22.0.

Resultados

A amostra consistiu de 333 pacientes diabéticos com média de idade de 64,1±8,4 anos. 52,9% (176) em uso de metformina, 51,2% homens, 74,2% com dislipidemia, 28,8% obesos, 74,5% com hipertensão arterial sistêmica (HAS), 61% com antecedente familiar de doença cardiovascular. A prevalência de isquemia miocárdica foi de 28,5% IC 95% 23,4 a 32,7. Usuários de metformina tiveram menor frequência de isquemia miocárdica(23,3% vs 34,4%, p=0,025), menor isquemia induzida(14,8% vs 15,9%) e fixa(5,1% vs 15,9%) quando comparados aos que não utilizam, p=0,011. Não houve diferença significativa (p>0,05) entre os grupos quanto a sexo, antecedente familiar, sintomas prévios, HAS, dislipidemia, tabagismo, etilismo, sedentarismo. Usuários de metformina mostraram menor frequência de obesidade(20%) comparados aos que não usam (39%), p<0,0001. Os preditores de importância da análise de cluster, em ordem decrescente, foram sexo, antecedentes familiares, uso de metformina, dislipidemia, HAS e obesidade, discriminando cinco grupos, cluster 1 (74; 100% homens) com a maior frequência de isquemia miocárdica (37,8%, p<0,0001), alta frequência de uso de metformina (73%), dislipidemia (60,8%), antecedente familiar (43,2%), HAS (50%), p<0,0001; cluster 2 (45, 51,1% homens) com a menor frequência de isquemia (13,3%, p<0,0001), 100% usuários de metformina, dislipidêmicos (100%), HAS (100%), com antecedentes familiares (100%), p<0,0001.

Conclusões

O uso de metformina foi associado à menor frequência de isquemia miocárdica. As variáveis foram capazes de discriminar os grupos com diferentes frequências de EEF positivos e perfis de risco, sugerindo um instrumento adequado para estratificação de conduta.

Área

Medicina

Instituições

Hospital Primavera - Sergipe - Brasil, Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe (UFS) - Sergipe - Brasil

Autores

Camille Marques Aquino, Jade Soares Dória, Cláudia Bispo Martins Santos, José Icaro Nunes Cruz, Pedro Lucas Cardozo Barros, Layla Raíssa Dantas Souza, Rafael Andersen Alves da Cruz Luz, Stephanie Macedo Andrade, Iana Carine Machado Bispo, Antonio Carlos Sobral Sousa, Enaldo Vieira de Melo, Joselina Luzia Menezes Oliveira