Dados do Trabalho
Título
MULHERES PRÉ E PÓS-MENOPAUSA TÊM RESPOSTA ISQUÊMICA DIFERENTE DOS HOMENS NA ECOCARDIOGRAFIA SOB ESTRESSE FÍSICO
Introdução
Características fisiopatológicas e perfil cardiovascular conferem diferenças quanto à isquemia miocárdica entre os sexos. A redução de estrogênio após a menopausa está relacionada ao aumento do risco cardiovascular. O objetivo do estudo é avaliar a diferença na apresentação da isquemia miocárdica entre os sexos.
Métodos
Estudo observacional, analítico, transversal. A amostra foi dividida em três grupos: homens, mulheres pós-menopausa (idade ≥ 51 anos) e mulheres pré-menopausa (idade < 51 anos) isquêmicos submetidos à Ecocardiografia sob Estresse Físico (EEF). A comparação entre grupos foi feita por teste Qui-quadrado, nível de significância 0,05, e de idades, por ANOVA, seguido de Tukey. Analisou-se o nível de magnitude do efeito (ES) pelo w de Cohen.
Resultados
Amostra composta por 3443 isquêmicos, média de idade 70 anos ± 9,54, 1967 homens (57,1%), 1267 mulheres pós-menopausa (36,8%) e 209 mulheres pré-menopausa (6,1%). A média de idade dos homens(60,7) se aproximou à de mulheres pós-menopausa (63,7) e diferiu das pré-menopausa(46,6), p<0,001. A distribuição da resposta isquêmica (induzida, fixa e mista) foi semelhante entre as mulheres pré (70,1%; 20,5%; 9,4%) e pós-menopausa (67,6%; 25%; 7,4%), p=0.575. Homens apresentaram maior frequência de isquemia fixa (44,5%) e mista (13,4%) e menor de induzida(42,1%), comparado às mulheres (p<0,0001) pós(w de Cohen=0,373) e pré-menopausa(w de Cohen=0,255), ES médio. Mulheres pós-menopausa foram semelhantes (p>0,05) a homens na frequência de dislipidemia, diabetes, hipertensão arterial sistêmica (HAS), tabagismo e apresentaram maior frequência de antecedentes familiares(p=0,002 w de Cohen: 0,080). Mulheres pré-menopausa apresentaram menor frequência de HAS, diabetes e dislipidemia, (p<0,001). Mulheres pré e pós-menopausa foram mais sedentárias (61,8% e 59,2% vs 49,8%) e mais etilistas(59,4%; 67,7% vs 39,5%,w de Cohen: 0,153; 0,405) que homens p<0,0001, com maior frequência de precordialgia atípica(58,5% e 49,4% vs 39%), enquanto eles foram mais assintomáticos(15,5% e 27,1% vs 38%) p<0,0001. A estratificação de risco foi a indicação para realização do EEF mais frequente em homens (47,8%), enquanto para mulheres foi presença de precordialgia (34,6%).
Conclusões
O EEF diagnosticou isquemia miocárdica recente com maior frequência em mulheres. Para os homens, sua maior contribuição foi na estratificação de risco na Síndrome Coronariana Crônica. O efeito da diferença de distribuição dos fatores determinantes de EEF positivo foi pequeno entre os grupos.
Área
Medicina
Instituições
Hospital Primavera - Sergipe - Brasil, Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Camille Marques Aquino, Jade Soares Dória, Cleovaldo Ribeiro Ferreira-Junior, Bruna Souza Matos de Oliveira, Beatriz Carolina de Araujo Pereira, José Icaro Nunes Cruz, Gabriela de Oliveira Salazar, Iana Carine Machado Bispo, Stephanie Macedo Andrade, Antonio Carlos Sobral Sousa , Enaldo Vieira de Melo, Joselina Luzia Menezes Oliveira