Dados do Trabalho

Título

Relação do diâmetro diastólico ventrículo esquerdo com a fração de ejeção

Introdução

A hipertrofia do músculo cardíaco ocorre por sobrecargas miocárdicas de pressão e de volume influenciada por diversos fatores hemodinâmicos. Com isso, em um estágio mais tardio, inicia-se o processo de miocitólise, com a perda de elementos contráteis e ruptura de bandas Z. Desse modo, há uma grave ruptura do arranjo paralelo de sarcômeros, além da dilatação e do aumento da tortuosidade dos túbulos T, o que torna a unidade contrátil ineficiente e, por consequência, diminui a fração de ejeção. Assim, algumas etiologias da insuficiência cardíaca (IC) caracterizam-se por um padrão de ejeção reduzido associado a um padrão de dilatação ventricular, apresentando os critérios de IC avançada.

Métodos

Estudo observacional, descritivo, baseado na análise de Ecocardiogramas Transtorácicos (ECOTT), correlacionando Diâmetro Diastólico do Ventrículo Esquerdo (DDVE) e Fração de Ejeção em pacientes com insuficiência cardíaca admitidos em hospital terciário.

Resultados

Foram incluídos 66 pacientes neste estudo, sendo 59,1% do sexo masculino, com idade média de 65 anos e desvio padrão de ± 13,9. Dentre o total, 59,1% dos pacientes apresentaram um padrão de dilatação ventricular (DDVE > 55mm em homens e 52mm em mulheres). Além disso, em 74,3% a etiologia predominante é isquêmica, sendo 82,7% com fração de ejeção reduzida. A anova de uma via mostrou que existe efeito do DDVE sobre a fração de ejeção [F (2) = 5.600; p<0.06]. O post-hoc de Bonferroni mostrou que em média, o DDVE do grupo com disfunção sistólica importante é diferente do grupo com disfunção sistólica moderada, mas não do grupo com disfunção sistólica leve.

Conclusões

A DDVE, associada à progressão da IC, é responsável por alterações funcionais que impactam a hemodinâmica cardíaca através da redução da fração de ejeção. Dessa forma, a etiologia isquêmica, apresentou relação direta com o perfil de disfunção e consequente dilatação ventricular, principalmente em pacientes do sexo masculino. Portanto, a fim de melhorar as respostas terapêuticas e o prognóstico dos pacientes, é fundamental a análise do ECOTT para a identificação de tal cenário.

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