Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

AUSÊNCIA DE REALCE TARDIO E NÍVEIS ELEVADOS DE MAPEAMENTO MIOCÁRDICO T1 NATIVO

Introdução

A ressonância magnética cardíaca (RMC), através da técnica de mapeamento do tempo T1 miocárdico, proporciona a caracterização tecidual da fibrose miocárdica, tanto localizada quanto difusa, de forma quantitativa, de modo a ultrapassar algumas limitações da avaliação do realce tardio. O presente estudo objetivou analisar parâmetros da RMC em relação ao aumento dos níveis no mapa T1 nativo em pacientes sem realce tardio, de forma a demonstrar seu papel como marcador de doença cardíaca avançada.

Métodos

Estudo transversal entre janeiro e dezembro de 2021 com indivíduos submetidos à RMC que não apresentaram realce tardio em serviço de referência cardiológica de Sergipe. Foram analisados 131 pacientes (54,54±16,96 anos), divididos em dois grupos segundo o aumento (≥1030ms) ou não (<1030ms) nos níveis de T1 nativo adquirido pelo método de Look Locker modificado (MOLLI) em campo magnético de 1,5 Tesla. Os testes t de Student, U de Mann-Whitney e qui-quadrado foram empregados. Admitiu-se nível de significância de 5%. As análises foram realizadas através do software SPSS Statistics.

Resultados

Encontraram-se 47 (35,88%%) indivíduos com aumento de T1 nativo e 84 (64,12%) com níveis inferiores a 1030ms. O grupo com aumento de T1 apresentou mais indivíduos do sexo feminino em relação ao grupo sem aumento de T1 (72,3% vs. 32,1%; p<0,0001). Pacientes com aumento dos níveis de T1 nativo obtiveram menores valores de fração de ejeção do ventrículo esquerdo quando comparados aqueles com níveis normais de T1 (56,32% vs. 62,35%; p=0,014). O grupo com T1 nativo elevado apresentou ainda menores valores de massa de ventrículo esquerdo (95,34g vs. 105,41g; p=0,027), volume diastólico final do ventrículo direito (108,89ml vs. 129,52ml; p=0,007) e de tamanho do eixo curto do ventrículo direito (3,66cm vs. 3,99cm; p=0,001).

Conclusões

Os níveis elevados de mapeamento de T1 nativo associaram-se ao sexo feminino, bem como a menores valores de fração de ejeção e de massa do ventrículo esquerdo naqueles pacientes sem realce tardio. Assim sendo, reitera-se o papel da RMC na avaliação da função ventricular e demonstra-se a aplicação desta em pacientes sem realce tardio.

Área

Medicina

Instituições

Hospital Primavera - Sergipe - Brasil, Hospital São Lucas - Rede D'or - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Cláudia Bispo Martins-Santos, Gabriela de Oliveira Salazar, José Icaro Nunes Cruz, Fernanda do Nascimento Matos, Allexa Gabriele Teixeira Feitosa, Lara Teles Alencar Duarte, Ana Flávia Silveira de Souza, Pedro Lucas Cardozo Barros, Rafael Andersen Alves da Cruz Luz, Antônio Carlos Sobral Sousa, Joselina Luzia Menezes Oliveira, Luiz Flávio Galvão Gonçalves