Dados do Trabalho
Título
Perfil epidemiológico de internação e óbitos por transtornos de condução e arritmias em Sergipe entre 2012 e 2022
Introdução
Os transtornos de condução e arritmias cardíacas (TCAC) são condições recorrentes na população, sobretudo nos portadores de doença cardíaca. Sua apresentação é variada, a qual inclui desde casos assintomáticos até casos de morte súbita. Eventuais agravos podem levar a internações e a óbito, o que constitui um desafio para os profissionais e serviços de saúde. Tendo isso em vista, este trabalho visa avaliar o perfil epidemiológico de internações e óbitos por TCACs em Sergipe entre 2012 e 2022.
Métodos
Estudo epidemiológico descritivo retrospectivo baseado em dados secundários disponíveis no DATASUS entre os anos de 2012-2022 para o estado de Sergipe. As variáveis utilizadas foram: internações, óbitos, ano de atendimento, unidade da federação, sexo, raça, faixa etária e caráter do atendimento.
Resultados
No período, ao todo foram registradas 4164 internações e 593 óbitos relacionados a TCACs no estado. Houve uma tendência de crescimento contínuo de ambos os índices, com taxa de crescimento composta ao ano de 6,15% em internações e 6,91% em óbitos. Excetua-se 2020, em que houve uma redução de 17,2% das internações e 29,5% dos óbitos em relação a 2019, com retomada do crescimento em 2021. Em regressão linear, foi identificada uma relação positiva entre o número de internações com o de óbitos (r²=0.73, p<0,001). O caráter de urgência apresentou registros diferentes para internações (T= -6,72, df=10, p<0,001) e óbitos (T= -12,90, df=10, p<0,001) em relação ao caráter eletivo, com 73,9% das internações e 99,3% dos óbitos. Ocorreu uma maior prevalência do sexo masculino, com 52,0% das internações (T=0,78, df=10, p=0,44) e 52,1% dos óbitos (T=0,65, df=10, p=0,52), embora a diferença não seja significativa. Nos casos em que foi informada a raça, houve diferença entre elas, com 860 internações (H(4)=13,42, p<0,01) e 112 óbitos (H(4)=12,36, p<0,01), sendo a parda a mais comum com 65,59% das internações e 60,71% dos óbitos. Quanto à faixa etária, houve diferença nas internações (H(4)=49,06, p<0,001) e óbitos (H(4)=45,84, p<0,001), com maior prevalência da faixa de 60 a 79 e a de 80 ou mais anos, com respectivamente 47,3% e 22,0% das internações, e 43,8% e 28,3% dos óbitos.
Conclusões
Em Sergipe, houve uma correlação positiva entre as internações e os óbitos por TCACs entre 2012 e 2022. Além disso, o perfil epidemiológico do estado para os TCACs pôde ser caracterizado pela prevalência de pacientes pardos, entre 60 e 79 anos, atendidos em caráter de urgência, sem diferença significativa entre sexo.
Área
Medicina
Instituições
Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Brayan Davidson dos Santos Oliveira, Katia Akemi Santos Utiamada, Vinicius Barbosa dos Santos Sales, Milena Eri Fujiwara