Dados do Trabalho
Título
ANÁLISE COMPARATIVA DA DISTRIBUIÇÃO ESPAÇOTEMPORAL DO TRATAMENTO DA ENDOCARDITE INFECCIOSA EM PRÓTESE VALVAR NO BRASIL DE 2018 A 2022
Introdução
A endocardite infecciosa (EI) tem como uma das possíveis complicações pós-cirúrgicas mais graves a infecção em prótese valvar, que requer intervenção adequada e imediata. A partir disso, o objetivo do estudo é analisar a distribuição espaço temporal do tratamento da endocardite infecciosa em prótese valvar, no Brasil, no período de 2018 a 2022.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico, de série temporal e descritivo realizado a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde referentes ao número de tratamentos da endocardite infecciosa em prótese valvar nas regiões do Brasil, no período de 2018 a 2022, utilizando como variáveis o número de internações, o caráter do atendimento, a média de permanência, o custo por internação e os óbitos. Os dados foram organizados por meio da utilização do programa Microsoft Excel 2016.
Resultados
No período de 2018 a 2022, foram registradas 3218 internações, com uma média anual de 643,60±90,24 procedimentos, sendo mais realizados na região Sudeste, com 1370 internações (42,57%), seguida pelo Nordeste, com 792 (24,61%) e, em último, o Norte, com 176 (5,46%). Em relação ao caráter do atendimento, cerca de 88,87% (2860) foram realizados sob urgência, e 11,13% (357) de maneira eletiva. Durante o período de internação, a média de permanência entre as regiões, nesse período, foi de 19,6 dias, na qual o Sudeste, o Sul e o Centro-Oeste, foram as únicas regiões que reduziram a média de 2018 para 2022, tendo o Norte um aumento de 81,03%, passando de 11,6 dias para 21 dias. Em relação ao custo desse tratamento, o valor médio por internação foi de R$3366,98, sendo o menor em 2018 (R$2948,04) e o maior em 2022 (R$4118,62), um crescimento de 39,70%. O Sudeste apresentou o maior valor entre as regiões (R$3802,71). Por fim, foram registrados 528 óbitos, o que representa 16,40% do número de internações, tendo o Sudeste mantido a primeira colocação entre as regiões, com 247 (46,78%) óbitos, seguido do Nordeste, com 124 (23,48%). A média anual de óbitos se manteve em 105,60±12,09.
Conclusões
Houve um crescimento no número de internações para o tratamento de EI em prótese valvar no período analisado, sendo observada uma maior proporção de casos nas regiões Sudeste e Nordeste, além de um aumento significativo no custo desse tratamento em cinco anos.
Área
Medicina
Instituições
Centro Universitário do Pará (CESUPA) - Pará - Brasil, Universidade do Estado do Pará (UEPA) - Pará - Brasil, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Pará - Brasil
Autores
Pablo Rodrigues Nunes de Souza, Mateus Itiro Tamazawska Otake, Mariana Kondo Obara, Larissa Yoshie Shibata, Maria Fernanda de Almeida Cavalcante Aranha, Micaella Yanne Fender Lobato, José Felipe Teixeira Borges, Luiz Felipe Silva Marcião, Gabriel Canto Bandeira de Sousa, Leonardo Barbosa Duarte, Rafael Silva Lemos, Henrique Custódio da Silva