Dados do Trabalho
Título
TESTE ERGOMÉTRICO NORMAL: QUANDO E COMO PROSSEGUIR COM A INVESTIGAÇÃO DA ISQUEMIA MIOCÁRDICA?
Introdução
O teste ergométrico (TE) desempenha importante papel no diagnóstico e estratificação de risco de pacientes com Síndrome Coronariana Crônica (SCC) conhecida ou suspeita. Entretanto, sabe-se que a ecocardiografia sob estresse físico (EEF) é capaz de identificar isquemia mais precocemente que o TE, pois as alterações de motilidade segmentar do ventrículo esquerdo antecedem as alterações do segmento ST e a angina. Esta pesquisa visa analisar os fatores associados à isquemia miocárdica em pacientes com TE normal.
Métodos
Estudo transversal a partir de base de dados com 15.146 indivíduos que realizaram EEF em serviço de referência cardiológica, entre entre janeiro de 2000 e março de 2023. Foram incluídos indivíduos com TE normal. Os pacientes foram agrupados de acordo com o resultado do EEF em isquêmico e normal. Os testes qui-quadrado, t de Student para amostras independentes e regressão logística foram empregados através do software IBM SPSS Statistics. Admitiu-se nível de significância de 5%.
Resultados
Foram incluídos 3527 pacientes, sendo 872 (24,7%) isquêmicos ao EEF e 2655 (75,6%) com EEF normal. A média de idade foi de 57,9 ± 11,1 anos. O sexo feminino prevaleceu entre os pacientes com isquemia ao EEF (72,6% vs. 59,5%; p<0,001). Pacientes com resultado isquêmico ao EEF apresentaram maior frequência de tabagismo (87,4% vs. 83,9%; p=0,013) e sedentarismo (53,8% vs. 48,6%; p=0,034). Não houve diferenças em relação à obesidade e etilismo (p>0,05). A presença de dislipidemia (OR=2,154; IC 95%: 1,719-2,700; p<0,001), sintomas prévios (OR=1,882; IC 95%: 1,517-2,335; p<0,001), hipertensão arterial (OR=1,528; IC 95%: 1,210-1,929; p<0,001), antecedentes familiares de doenças cardiovasculares (OR=1,515; IC 95%: 1,213-1,892; p<0,001) e diabetes mellitus (OR=1,453; IC 95%: 1,100-1,920; p=0,008) associaram-se independentemente à presença de isquemia miocárdica ao EEF.
Conclusões
Dislipidemia, sintomas prévios, hipertensão arterial, antecedentes familiares de doenças cardiovasculares e diabetes mellitus demonstraram ser preditores de isquemia miocárdica ao EEF, ainda que em vigência de TE normal, reforçando a necessidade de prosseguir a investigação nesses pacientes e reafirmando a capacidade de detecção mais precoce de alterações segmentares pelo EEF.
Área
Medicina
Instituições
Rede D'Or São Luiz - Sergipe - Brasil, Rede Primavera de Saúde - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe (UFS) - Sergipe - Brasil
Autores
Layla Raíssa Dantas Souza, Pedro Lucas Cardozo Barros, Beatriz Carolina de Araújo Pereira, Cláudia Bispo Martins Santos, Cleovaldo Ribeiro Ferreira-Junior, Camille Marques Aquino, Jade Soares Dória, Sthepanie Macedo Andrade, Iana Carine Machado Bispo, Antônio Carlos Sobral Sousa, Enaldo Vieira de Melo, Joselina Luzia Menezes Oliveira