Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

INTERVENÇÃO CORONARIANA PERCUTANEA PRIMARIA: ANALISE COMPARATIVA DA MORTALIDADE ENTRE PACIENTES IDOSOS E NÃO IDOSOS

Introdução

A intervenção coronariana percutânea (ICP) primaria salva vidas no contexto do infarto agudo do miocárdio com supra do ST (IAMST). A idade é considerada um preditor negativo no prognostico de pacientes com IAMST. O objetivo desse estudo foi avaliar se a mortalidade aos 30 dias de pacientes idosos submetidos a ICP primaria é maior do que a de pacientes não idosos.

Métodos

Este é um registro de mundo real que recrutou pacientes com IAMST submetidos a ICP primaria como estratégia de reperfusão. Foram realizadas analises comparativas de características clínicas, anatômicas e da evolução até 30 dias de pacientes idosos (idade ≥60 anos) versus não idosos (idade < 60 anos) de março de 2019 a junho de 2020. As variáveis continuas foram apresentadas como média e desvio padrão ou mediana e percentis 25 e 75 a depender de sua normalidade ou não de acordo com o teste de Shapiro Wilk. As variáveis categóricas foram apresentas como valores absolutos e percentuais. Foram realizadas analises estatísticas para comparar as variáveis e o valor de p ≤ 0,05 foi considerado significativo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética.

Resultados

Foram avaliados 507 pacientes submetidos a ICP primaria, sendo 260 idosos e 247 não idosos. As analises comparativa entre os idosos e não idosos revelaram: idade 67 ± 5,9 anos vs 55 ± 4,7 anos, p < 0,001; gênero masculino 159 (61,1%) vs 169 (68,4%), p 0,1; Diabetes Mellitus (DM) 90 (34,6%) vs 67 (27%), p = 0,3; hipertensão arterial sistêmica (HAS) 189 (72,6%) vs 159 (64,3%), p = 0,05; tabagismo 106 (40,7%) vs 122 (49,3%), p = 0,06; dislipidemia 47 (18%) vs 38 (15%), p = 0,4; acidente vascular encefálico (AVE) 17 (6,5%) vs 4 (1,6%), p = 0,01; história familiar de doença arterial coronariana 10 (3,8%) vs 25 (10%), p = 0,009; choque cardiogênico na apresentação 8 (3%) vs 6 (2,4), p = 0,8; via radial 127 (48,8%) vs 137 (55,4%), p = 0,1; sucesso do procedimento 213 (81,9%) vs 211 (85,4%), p = 0,3; trombose do Stent 9 (3,4%) vs 2 (0,8%), p = 0,08; insuficiência cardíaca 10 (3,8%) vs 2 (0,8%), p = 0,05 ; tempo de permanência hospitalar ≥ 10 dias 58 (22,3%) vs 33 (13,3%), p = 0,01; óbito aos 30 dias 33 (12,6%) vs 16 (6,4%), p = 0,02.

Conclusões

A mortalidade aos 30 dias foi maior nos pacientes idosos. Além disso a ocorrência de insuficiência cardíaca após o procedimento e a permanência hospitalar além de 10 dias também foi maior no grupo de pacientes idosos. Portanto, a evolução até 30 dias dos idosos foi mais adversa do que a de não idosos.

Área

Medicina

Instituições

PROCAPE. Universidade de Pernambuco (UPE) - Pernambuco - Brasil

Autores

Carolina G C Oliveira, Dinaldo Cavalcanti Oliveira Jr, Joao Vitor Cabral, Maria M B M Silveira, Estevao Campos Martins, Dinaldo Cavalcanti Oliveira