Dados do Trabalho
Título
Fatores Associados à Isquemia Miocárdica em Mulheres na Menopausa Submetidas à Ecocardiografia sob Estresse Físico
Introdução
A doença cardiovascular (DCV) na mulher apresenta fatores de risco sexo-específicos relacionados à fisiologia hormonal feminina. Na menopausa, com a redução dos níveis de estrogênio, ocorre uma aceleração do risco cardiovascular. O objetivo deste trabalho foi avaliar os fatores associados à isquemia miocárdica (IM) em mulheres na menopausa submetidas ao exame de Ecocardiografia sob Estresse Físico (EEF).
Métodos
Estudo transversal entre janeiro de 2000 e janeiro de 2022 com mulheres que realizaram EEF em serviço de referência cardiológica de Sergipe. Foram incluídas 5706 mulheres, divididas em duas categorias de acordo com o resultado do EEF: normal ou isquemia induzida pelo esforço (recente). Foram excluídas mulheres que não estavam na menopausa e as que apresentaram resultado de EEF com isquemia fixa (antiga). Considerou-se as mulheres acima de 48 anos como menopausadas, baseando-se na literatura. Para análise, empregou-se teste Qui-quadrado para avaliar a distribuição de variáveis em mulheres menopausadas com IM e sem IM. Utilizou-se regressão logística binária para identificar quais fatores associavam-se independentemente à IM na menopausa. Para entrar no modelo o nível de significância foi de p<0,10 e, para permanecer, de p<0,05.
Resultados
A frequência de IM em mulheres na menopausa foi de 14,9% (IC95% 13,9-15,8%). Os fatores associados de forma independente a IM foram: dislipidemia (OR=1,73; IC95% 1,47-2,04), diabetes mellitus (OR: 1,41; IC95% 1,15-2,74), antecedente familiar (OR=1,53; IC95% 1,31-1,79) e tabagismo ativo (OR=1,85; IC95% 1,26-2,72). Não houve diferença entre os grupos (p>0,05) quanto a sedentarismo e etilismo. Não estiveram também associados a IM, quando colocados nosso em modelo: ex-tabagismo, hipertensão arterial sistêmica e idade.
Conclusões
Os fatores clínicos dislipidemia, diabetes mellitus, antecedente familiar e tabagismo ativo se associaram independentemente à IM na menopausa. Pacientes que cessaram tabagismo não aumentaram risco de IM em nosso modelo. Hipertensão arterial não representou um fator decisivo para IM na menopausa mesmo sendo um fator de risco cardiovascular clássico; tal achado se deve à alta prevalência de hipertensos de forma geral em nossa amostra (isquêmicos ou não).
Área
Medicina
Instituições
Hospital Primavera - Sergipe - Brasil, Hospital São Lucas Rede D'or - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Cleovaldo Ribeiro Ferreira-Junior, Claudia Bispo Martins-Santos, Lara Teles Alencar Duarte, Allexa Gabriele Teixeira Feitosa, Camille Marques Aquino, Jade Soares Dória, Layla Raíssa Dantas Souza, Enaldo Vieira Melo, Antonio Carlos Sobral Sousa, Joselina Luzia Menezes Oliveira