Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

PRESENÇA DE COMORBIDADES E AVALIAÇÃO DO RISCO CIRÚRGICO EM PACIENTES COM ESTENOSE AÓRTICA IMPORTANTE INTERNADOS EM HOSPITAL PÚBLICO TERCIÁRIO DA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Introdução

A estenose aórtica (EAO), principalmente degenerativa, tem se tornado cada vez mais frequente com o envelhecimento da população. Este envelhecimento aumenta a prevalência de comorbidades que podem impactar no risco cirúrgico para a cirurgia valvar aórtica.

Métodos

Estudo descritivo e observacional em que foram avaliados 24 pacientes no período de janeiro a junho de 2023, sendo realizado exame clínico, radiografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma. Os critérios de inclusão foram o diagnóstico de EAO importante sintomática com área valvar < 1,0 cm2 e/ou gradiente VE-AO médio > 40 mmHg, internados para procedimento de troca valvar aórtica.

Resultados

O sexo masculino foi predominante (87,5%) e a média de idade foi de 65 ± 11,8 anos. A etiologia mais comum foi a degenerativa com 76% dos casos. Ao ecocardiograma, a média do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (VE) foi de 55 ± 7,3 mm e da fração de ejeção do VE (FEVE) foi de 49,3 ± 16,6%, sendo que 62,5% dos casos apresentaram FEVE abaixo do normal. Com relação as comorbidades, a hipertensão arterial estava presente em 66,6%, diabetes mellitus, dislipidemia e obesidade (37,5%), tabagismo (16,6%), doença arterial periférica (12,5%) e DPOC (4,1%). A medida do clearance de Creatinina pela fórmula CKD-EPI resultou normal (acima de 90 mL/min/1,73 m2) em apenas 12,5% dos pacientes. A média do clearance de Creatinina foi de 59,6 mL/min/1,73 m2. De acordo com a classificação da doença renal crônica, encontravam-se no estágio 2 (33,3%), no estágio 3 (50%) e no estágio 4 (4,1%). Com relação a doença arterial coronária, 12,5% dos pacientes já haviam sido submetidos a cirurgia de revascularização, 4,1% possuíam infarto do miocárdio prévio e 12,5 possuíam cateterismo atual com coronariopatia obstrutiva significativa. Foi avaliado também o índice de fragilidade através do questionário de Katz, encontrando-se 20,8% de pacientes com fragilidade moderada ou importante. A avaliação do risco cirúrgico através do Euroescore II demonstrou que 70,8% dos pacientes encontravam-se em baixo risco; 20,8% em risco moderado e 8,3% em alto risco, sendo que a média do risco no Euroescore foi de 4,2%.

Conclusões

O grupo estudado apresentou uma alta taxa de comorbidades, principalmente doença renal crônica, além de um número significativo de pacientes com grau moderado ou importante de fragilidade; sugerindo que diagnóstico e intervenção mais precoces podem diminuir a morbi-mortalidade destes pacientes.

Área

Medicina

Instituições

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - Amazonas - Brasil, UNIVERSIDADE NILTON LINS - Amazonas - Brasil

Autores

Andreza Araujo de Oliveira, Maria Eduarda da Silva Corrêa, Maria Helena Costa de Vasconcelos, Matheus Martins Monteiro, Kátia do Nascimento Couceiro, João Marcos Bemfica Barbosa Ferreira