Dados do Trabalho
Título
Ecocardiografia sob Estresse Físico: experiência clínica em duas décadas
Introdução
A ecocardiografia sob estresse físico (EEF) é uma ferramenta para diagnóstico e estratificação de risco de doenças cardiovasculares. Diante da sua relevância na prática clínica, a linha de pesquisa em cardiologia de Sergipe criou um registro de dados de EEF que inclui informações do exame, bem como dados sociodemográficos e clínicos dos participantes. O objetivo deste trabalho, portanto, é descrever os resultados da experiência de duas décadas registradas neste banco, que hoje é o maior registro de EEF no Brasil.
Métodos
Estudo transversal e descritivo do maior registro de EEF do Brasil, composto por 15361 exames realizados entre 2001 e 2023, em instituição privada e pública de Sergipe. Realizou-se análise de dados por meio do software IBM SPSS Statistics 22.0.
Resultados
O registro é composto por 15049 exames de EEF na esteira e por 312 exames de EEF na bicicleta, o qual incluiu indivíduos com cardiomiopatia hipertrófica. Do total, 7801 (51,8%) participantes são do sexo feminino, com idade média 57± 11,4 anos, 8771 (58,3%) hipertensos, 8527 (56,7%) dislipidêmicos, 1938 (12,9%) diabéticos, 3536 (37,9%) obesos, 5704 (37,4%) sedentários e 757 (5%) portadores de bloqueio do ramo esquerdo do feixe de Hiss. Dos exames de EEF, 11516 (76%) foi negativo para isquemia miocárdica, 1716 (11,7%) exibiam isquemia induzida, 1316 (8,7%) isquemia fixa e 421 (2,8%) isquemia fixa e induzida. Quanto à frequência cardíaca (FC) atingida, 29,6% atingiram a FC acima da máxima preconizada para a idade; 23,8% pacientes alcançaram FC máxima; 38% alcançaram a submáxima e 9% pacientes alcançaram FC abaixo da submáxima. A maior indicação do exame foi devido à precordialgia (18,5%) e o protocolo mais utilizado foi o Ellestad (57%).
Conclusões
Na primeira década de experiência clínica, observou-se uma frequência de isquemia total de 35%. No entanto, com o advento das tecnologias de angiotomografia das coronárias e ressonância do coração, os casos de isquemia mais complexos diminuíram. Além disso, o protocolo Ellestad foi mais utilizado em comparação à década anterior. Ao longo de duas décadas, o registro abrangeu mais de 15 mil exames, resultando em diversas publicações nacionais e internacionais, bem como monografias, mestrados e doutorados. Essas contribuições destacaram o estado de Sergipe e a região Nordeste como produtoras científicas relacionadas à EEF.
Área
Medicina
Instituições
Hospital Primavera - Sergipe - Brasil, Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Beatriz Carolina de Araujo Pereira, Bruna Souza Matos de Oliveira, Gabriela de Oliveira Salazar , Pedro Lucas Cardozo Barros, Layla Raíssa Dantas Souza, Rafael Andersen Alves da Cruz Luz, Camille Marques Aquino, Antônio Carlos Sobral Sousa, Stephanie Macedo Andrade, Iana Carine Machado Bispo, Enaldo Vieira De Melo, Joselina Luzia Menezes Oliveira