Dados do Trabalho
Título
Perfil epidemiológico de pacientes internados por cardiopatias congênitas no Brasil: uma análise comparativa entre as cinco regiões do país no período de 2018 a 2022.
Introdução
A doença cardíaca congênita (DCC) é a malformação mais comum, com ampla variedade de defeitos funcionais ou estruturais do aparelho circulatório, afetando o indivíduo desde o seu nascimento até a vida adulta. Assim, esse estudo visa traçar o seu perfil epidemiológico.
Métodos
Foi realizado um estudo transversal, descritivo, obtido a partir de dados coletados do registro de morbidade hospitalar do Ministério da Saúde, no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2022. Foram analisados dados comparativos nas cinco regiões do país em número de internações e de óbitos, taxa de mortalidade, tempo médio de permanência e valor de serviços hospitalares quanto ao ano, etnia, faixa etária e sexo do indivíduo internado.
Resultados
No período estudado, no país, houveram 89.263 internações por cardiopatias congênitas. A região Sudeste destaca-se pelo maior número de leitos, 42,97% (38.357), sendo maioria composta por população branca, 51,3% (19.680). Quanto à mortalidade, a região sudeste teve maior número de óbitos com 37,1% (2146), enquanto a região norte revelou maior taxa de mortalidade (9,19). A faixa etária menor que 1 ano arcou com maior número de internamentos (42.328) e de óbitos (1.583), apresentando a terceira maior taxa de mortalidade (10,02), enquanto que a maior taxa de mortalidade foi encontrada na faixa etária de 70 a 79 anos (13,2). O sexo masculino predominou em óbitos sobre o feminino em todas as regiões, com destaque para região nordeste 53,7% (762). Já quanto a etnia, a parda foi a mais predominante (2.096) com taxa de mortalidade de 4,82. Em relação ao tempo de permanência, a região Centro-Oeste apresenta a maior média com 12 dias, sendo que a etnia indígena permaneceu maior tempo (14,3). O valor de serviços hospitalares foi maior na região sudeste (R$ 349.753.824,99), seguido pela região nordeste (R$ 168.162.229,42). Em relação ao valor médio por internamento, a região centro-oeste arcou com maiores gastos (R$ 14.190,38).
Conclusões
Há um grande número de internamentos por cardiopatias congênitas no país, das quais a região sudeste, a faixa etária menor que 1 ano e a população branca foram predominantes. Evidencia-se, entretanto, que os extremos de idade, o sexo masculino e a etnia parda são os mais afetados quanto a mortalidade. Dessa forma, há grande morbimortalidade da população brasileira e sobrecarga dos gastos públicos com os internamentos, sendo necessário novos estudos para elaboração de estratégias interventivas.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
UNIT - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Thiago Michell Santos Gois, Renato Morais de Almeida Mesquita Junior, Eduarda dos Santos Lima , João Otávio Marques De Souza, Lucimário de Carvalho Barros, Monique Lordelo da Silva De Santana