Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

ISQUEMIA MIOCÁRDICA À ECOCARDIOGRAFIA SOB ESTRESSE FÍSICO EM PACIENTES APÓS INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E CONFORME ESTRATÉGIA DE TRATAMENTO

Introdução

A estratégia de tratamento de revascularização em pacientes após Infarto Agudo do Miocárdio pode estar relacionada à carga isquêmica residual. Tendo isto em vista, esse trabalho visa avaliar a presença de isquemia miocárdica em pacientes após evento coronariano isquêmico conforme o tratamento de revascularização adotado.

Métodos

Estudo transversal com pacientes após infarto agudo do miocárdio submetidos à Ecocardiografia sob Estresse Físico (EEF), no período de janeiro/2000 a março/2023, em um serviço de referência cardiológica em Sergipe. Os pacientes foram categorizados em 03 grupos conforme estratégia de tratamento: Intervenção Coronária Percutânea (ICP), Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) e Tratamento Medicamentoso isolado (TM). A comparação entre grupos foi realizada no software SPSS pelo método ANOVA com post-hoc de Games-Howell (interpretados com os testes de bootstrapping), Qui-quadrado e Exato de Fisher, quando aplicados. P < 0.05 foi considerado significante.

Resultados

Dos 796 pacientes, 406 (51,5%) estavam no grupo ICP, 148 (18,8%) no grupo CRM e 235 (29,8%) no grupo TM. Os pacientes tratados por CRM eram mais idosos (65,2 ± 9,7 vs. 62,0 ± 9,6 vs. 60,8 ± 10,2; p< 0,001) comparados aos grupos ICP e TC e os pacientes do grupo TM relataram maior antecedente de tabagismo (85,5% vs. 78,1% vs. 69,8%; p< 0,001), em relação aos do grupo CRM e ICP, respectivamente. Não houve diferença significativa entre grupos quanto ao gênero, sintomas anginosos e fatores de risco cardiovasculares como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia e sedentarismo. Os parâmetros à EEF, como função diastólica, índice de massa, fração de ejeção e Índice do Escore de Motilidade do Ventrículo Esquerdo (IEMVE) no repouso tiveram frequência semelhante entre os grupos. Os pacientes tratados por ICP apresentaram menor média de IEMVE no esforço físico (1,09 vs. 1,15 vs. 1,15; p< 0,001) e maior frequência de resultado negativo para isquemia miocárdica à EEF (32,6% vs. 23% vs. 21,6%; p=0,007), comparativamente aos pacientes dos grupos TM e CRM.

Conclusões

A ICP em pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio prévio foi o tratamento de prevenção secundária associado com menor isquemia miocárdica induzida à EEF, em comparação à CRM ou tratamento medicamentoso isolado.

Área

Medicina

Instituições

Hospital São Lucas - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Lara Teles Alencar Duarte, Cláudia Bispo Martins-Santos, José Icaro Nunes Cruz, Allexa Gabriele Teixeira Feitosa, Gabriela de Oliveira Salazar, Cleovaldo Ribeiro Ferreira-Júnior, Danilo Brito Silva de Oliveira, André Pinheiro Zylberman, Antônio Carlos Sobral Sousa, Enaldo Vieira de Melo, Eduardo José Pereira Ferreira, Joselina Luzia Menezes Oliveira