Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

PREDITORES INDEPENDENTES DE BAIXA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA NA POPULAÇÃO SEM ISQUEMIA MIOCÁRDICA

Introdução

Ao longo dos anos, tem sido evidenciada a correlação entre a baixa aptidão cardiorrespiratória (ACR) durante o esforço, expressa em equivalente metabólico da tarefa (MET), e um perfil elevado de risco cardiovascular. Portanto, é notável a importância de identificar os fatores que podem influenciar essa relação, a fim de possibilitar o desenvolvimento de estratégias de prevenção primária e redução da incidência de desfechos desfavoráveis.
Portanto, o objetivo do trabalho foi descrever os fatores preditores da baixa ACR em pacientes sem isquemia miocárdica.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional, transversal, analítico, com dados do maior registro de ecoestresse sob esforço físico do Brasil. Classificou-se a ACR em baixa (MET < 7,9), intermediária (7,9 ≤ MET < 10,9) e alta (MET ≥ 10,9). Da amostra total, excluíram-se os pacientes com resultado de isquemia no exame (isquemia induzida, fixa e mista). A análise estatística incluiu o teste Qui-quadrado, ANOVA e regressão logística multinominal, com análise ajustada por idade, através do software SPSS Statistics versão 22.0. Foi adotado nível de significância de 5% e as comparações foram feitas entre grupos de baixa versus alta ACR.

Resultados

Foram selecionados 7556 pacientes, com idade média de 57,7 ± 11,7 anos, índice de massa corporal (IMC) médio de 27,3 ± 4,4 kg/m², circunferência abdominal (CA) média de 93,74 ± 11,9 cm, sendo 53,8% (4066) do sexo feminino. Do total, 42,4% apresentavam alta ACR, 34,4% média ACR, e 23,2% baixa ACR, sendo o METS médio de 10,09 ± 3. Maiores valores de IMC (x̅ 28,5 vs. 25,49) e CA (x̅ 96,05 vs. 92,5) foram associados à baixa ACR (p<0,001). Tabagismo ativo (OR=4,14; IC95%=2,82-7,22; p<0,001), ex-tabagismo (OR=4,12; IC95%=2,88-5,95; p<0,001), sexo feminino (OR=6,05; IC95%=5,11-7,15; p<0,001), diabetes mellitus (OR=1,95; IC95%=1,54-2,46 p<0,001), dislipidemia (OR=1,44; IC95%=1,24-1,67; p<0,001) e hipertensão (OR=2,82; IC95%=2,41-3,31, p<0,001) foram preditores independentes para baixa aptidão cardiorrespiratória.

Conclusões

Sexo feminino foi o principal preditor da baixa ACR. Outros preditores da baixa ACR foram tabagismo ativo e ex-tabagismo, diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão. Além disso, valores maiores de IMC e circunferência abdominal foram associados à baixa ACR.

Área

Medicina

Instituições

Hospital São Lucas - Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Gabriela Oliveira Salazar, José Icaro Nunes Cruz, Ana Flávia Silveira Souza, Maria Paula Oliveira Antão, Isabela Cordeiro Vieira, Matheus Vasconcelos Fonseca, Victor Matos Gois, Iana Carine Machado Bispo, Stephanie Macedo Andrade, Enaldo Vieira Melo, Antonio Carlos Sobral Sousa, Joselina Luzia Menezes Oliveira