Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

MAPA T1 COMO MARCADOR FUNCIONAL DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM PACIENTES COM INFARTO CRÔNICO

Introdução

O mapa T1 nativo é um biomarcador não-invasivo e observador-independente mais preciso do que o realce tardio com gadolínio para avaliar a fibrose miocárdica difusa. Essa ferramenta auxilia na identificação precoce de alterações miocárdicas, sendo de grande importância diagnóstica e de seguimento. Considerando que a morfologia e a função do ventrículo esquerdo (VE) são parâmetros para estratificar risco em pacientes com infarto crônico, é preciso esclarecer o papel do T1 nativo nessa avaliação. Portanto, o objetivo foi avaliar a correlação entre T1 nativo com parâmetros funcionais do VE em pacientes com infarto crônico.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional, transversal, analítico, realizado com base em um registro de ressonância nuclear magnética de um serviço de referência em Sergipe. Dos 415 pacientes do registro, foram selecionados apenas aqueles com realce tardio transmural ou subendocárdico compatível com infarto do miocárdio (75) e excluídos aqueles que apresentavam infarto agudo do miocárdio ou outros diagnósticos (19), com amostra final de 56 pacientes com infarto crônico. O mapa T1 nativo foi medido por meio da sequência Modified Look-Locker Inversion (MOLLI) em um campo magnético de 1,5 tesla. A análise estatística consistiu nos testes de Shapiro-Wilk, correlação de Spearman e teste U de Mann Whitney U. O nível de significância adotado foi 5%.

Resultados

A média de idade da amostra foi de 68,14 ± 10,24 anos. O valor médio de T1 nativo foi de 1044 ± 43 ms. Houve correlação negativa entre T1 e FEVE (ρ-0,374; p=0,027). O grupo com T1 aumentado, considerando o valor de referência local (>1030ms), apresentou maior diâmetro sistólico do VE (Md 47,2 vs. 40,2; p=0,049) e menor FEVE (Md 43 vs. 58; p=0,038).

Conclusões

O grupo com T1 aumentado apresentou diâmetros sistólicos do VE mais elevados e FEVE mais baixa. Esse achado sugere que o aumento de T1 pode estar associado ao remodelamento do VE, resultando em fibrose intersticial difusa que, por sua vez, pode afetar o prognóstico a longo prazo.

Arquivos

Área

Medicina

Instituições

Hospital São Lucas - Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil

Autores

Gabriela Oliveira Salazar, Claudia Bispo Martins Santos, José Icaro Nunes Cruz, Lara Teles Alencar Duarte, Maria Paula Oliveira Antão, Isabela Cordeiro Vieira, Ana Flávia Silveira Souza, Artur Neves Cardoso, Raisan Almeida Santos, Antonio Carlos Sobral Sousa, Joselina Luzia Menezes Oliveira, Luiz Flávio Galvão Gonçalves