Dados do Trabalho

Título

RESILIÊNCIA EM PACIENTES COM SÍNDROME CORONARIANA CRÔNICA ASSISTIDOS NA REDE PÚBLICA E PRIVADA DE SAÚDE: HÁ DIFERENÇAS?

Introdução

A resiliência é a capacidade de adaptação benéfica a mudanças e a fatores estressores e é fator importante para auxiliar na recuperação e no alívio da doença, além de ser capaz de influenciar diretamente a qualidade de vida de pacientes com síndrome coronariana crônica (SCC). Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar como a resiliência se comporta em pacientes com SCC atendidos nas redes pública e privada de saúde.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional, transversal, analítico, com dados coletados em 2022, realizado em quatro serviços de referência em cardiologia de Sergipe (Brasil). Os níveis de resiliência entre os grupos foram comparados usando a escala CD-RISC-10. As análises estatísticas foram realizadas com o teste T de Student e análise de covariância (ANCOVA) para eliminar a influência da idade nos achados. O nível de significância foi estabelecido em 0,05.

Resultados

A amostra total foi composta por 237 indivíduos, dos quais 109 tiveram SCC confirmada por exame de imagem anatômico ou funcional. As distribuições por sexo não diferiram entre os grupos (p>0,05), porém o grupo Público apresentou média de idade menor que o grupo Privado (60,3 vs. 65,1 anos; p=0,009). Assim, os seguintes achados foram controlados para a influência da idade. Pacientes com SCC atendidos na rede pública apresentaram menor nível de resiliência total do que pacientes atendidos na rede privada (26,7 vs. 30,1; p=0,022). As diferenças entre os grupos concentraram-se nos itens “Consegue atingir objetivos apesar dos obstáculos” (3,1 vs. 3,5; p=0,027) e “Consegue manter o foco sob pressão” (2,2 vs. 2,8; p=0,013), em que pacientes de a rede pública de saúde teve escores mais baixos.

Conclusões

Os resultados mostram que os pacientes com SCC atendidos no sistema público de saúde têm um nível de resiliência menor do que os pacientes atendidos em serviços privados. As diferenças nos níveis de resiliência entre os grupos concentram-se na crença na possibilidade de atingir objetivos pessoais e na capacidade de manter o foco sob pressão, ambas menores no grupo Público.