Congresso N-NE de Cardiologia 2023

Dados do Trabalho


Título

ADAPTAÇÃO ANATÔMICA DA ATRESIA PULMONAR COM CIRCULAÇÃO COLATERAL SISTÊMICO-PULMONAR

Introdução

A atresia pulmonar é uma cardiopatia congênita caracterizada pelo estreitamento e/ou ausência completa da abertura entre o Ventrículo Direito (VD) e a Artéria Pulmonar (AP). É geralmente acompanhada de outras mal formações cardíacas que envolvem cavalgamento da aorta sobre o septo interventricular, Comunicação Interventricular (CIV) e hipertrofia do VD, semelhante à Tetralogia de Fallot (TOF). As manifestações clínicas são notadas ao nascimento, com presença de cianose. À ausculta cardíaca, geralmente é perceptível uma B2 única; pode haver sopro mediante presença de CIV, Persistência de Canal Arterial (PCA) ou de artérias colaterais.

Descrição do Caso

Paciente M.S.F. aos 7 dias apresentou cianose ao exame físico. Após avaliação inicial, foi solicitado cateterismo, com o laudo de “Atresia pulmonar com CIV; perfusão pulmonar através de sistêmico-pulmonares.” A cirurgia para correção da cardiopatia não foi recomendada pela equipe médica, com baixa expectativa de vida estimada. Paciente manteve-se estável sem uso de medicações.
Aos 2 anos, encaminhada a novo serviço para nova avaliação. Realizada Angiotomografia Computadorizada com laudo de “Atresia pulmonar com CIV e colaterais sistêmico-pulmonares. Tronco Pulmonar hipoplásico. APs confluentes e de fino calibre. Colaterais sistêmico-pulmonares com pontos de estenose.”
Foi realizada ampliação das artérias pulmonares e implante de tubo VD-TP valvulado. Ecocardiograma de controle mostrou bom resultado cirúrgico. Aos 6 anos e 3 meses, foi realizada substituição do tubo VD-TP e fechamento parcial da CIV. Ecocardiograma de controle pós-operatório mostrou bom resultado cirúrgico. Manteve-se estável até a data atual com melhora dos sintomas; mantém acompanhamento com ecocardiograma a cada 3 meses.

Conclusões

A atresia pulmonar é uma cardiopatia congênita cujo prognóstico depende da quantidade de fluxo sanguíneo aos pulmões. Desse modo, a presença de PCA ou de artérias colaterais de calibre e distribuição adequados é essencial para garantir a sobrevida dos portadores. A paciente relatada possui artérias colaterais sistêmico-pulmonares, precisamente descritas por meio de exames de imagem, que garantem a circulação intraparenquimatosa de modo a mantê-la estável, porém não o suficiente para excluir a necessidade de correção cirúrgica para possibilitar maior qualidade e expectativa de vida. Assim, torna-se imprescindível o estudo anatômico da circulação colateral para garantir o melhor seguimento ao paciente portador.

Área

Medicina

Instituições

UFAL - Alagoas - Brasil

Autores

Vítor Mateus Silva Barbosa, Eliab Batista Barros, Laynny da Trindade Vasconcelos, Gabriela Barbosa de Sá Rocha, Annaliz de Araújo Carnaúba, Lilian Gabriele Correia de Aguiar Nascimento, Tereza Gomes Loureiro Gayoso, Yasmin Andrade Fontes, Luciana Shiguemi Yamada, Eduarda Chagas Santos Brandão