Dados do Trabalho
Título
A DOENÇA REUMÁTICA CRÔNICA NO BRASIL: QUAL O PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NA ÚLTIMA DÉCADA?
Introdução
A faringoamigdalite bacteriana causada pelo Estreptococo beta-hemolítico do grupo A, ao não ser tratada adequadamente, favorece o desenvolvimento da febre reumática (FR), uma complicação não-supurativa dessa infecção respiratória. A FR tem capacidade de gerar uma implicação permanente, a cardiopatia reumática crônica (CRC), interferindo na qualidade de vida da população acometida e refletindo a qualidade dos serviços de saúde.
Métodos
Trata-se de um estudo ecológico, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis escolhidas foram região, sexo, idade e ano, correlacionando-as com o número de internações e de óbitos, de 2012 a 2022.
Resultados
O total de hospitalizações por CRC, no Brasil, foi 82.608, destacando-se as regiões Sudeste (40,2%) e Nordeste (29,85%). Já o Norte apresentou a menor porcentagem, com 4,8%. Em relação à faixa etária, no país, nota-se o crescimento percentual conforme o avanço da idade, enfatizando-se os seguintes intervalos: 40 a 49 anos (18,7%), 50 a 59 anos (22,2%) e 60 a 69 anos (19,9%). Quanto aos óbitos, o total foi 6.716 e seguiu o mesmo padrão dos internamentos, obtendo-se os maiores valores nas regiões Sudeste (41,6%) e Nordeste (24,56%); enquanto o Norte permaneceu com a menor porcentagem (5,4%). Acerca do número de mortes por faixa etária, também manteve-se a tendência de elevação conforme a idade, com pico em 60 a 69 anos (27,2%). Com relação ao sexo, em todas as regiões, houve prevalência do sexo feminino, tanto nas internações (57,2%) quanto nos óbitos (59,4%).
Conclusões
Conforme os dados obtidos, destacam-se, percentualmente, as regiões Sudeste e Nordeste, em relação às hospitalizações e mortes por CRC. Logo, por essa patologia representar uma complicação de uma doença prevenível, permite-se o questionamento quanto ao emprego de determinado tratamento preventivo. Também, devido ao fato dessas duas regiões possuírem destaque e o Norte apresentar a menor porcentagem, há a necessidade de considerar a densidade demográfica de cada local. Ademais, percebe-se que tanto nos internamentos quanto nos óbitos há ênfase na população adulta e idosa e prevalência do sexo feminino. Desse modo, possibilita o entendimento sobre a elevação da morbimortalidade conforme o avanço da idade e estabelece o público feminino como o mais acometido.
Área
Medicina
Instituições
UNIFACS - Bahia - Brasil
Autores
Júlia Marcelle Mendes Araújo