Dados do Trabalho
Título
CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO SISTEMA PÚBLICO E PRIVADO DE SAÚDE
Introdução
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais fatores de risco cardiovascular e apresenta alta prevalência mundial. O número de hipertensos no mundo dobrou para 1,28 bilhão desde 1990. Estima-se que cerca de 50% dos hipertensos estejam com a doença fora da faixa de controle, impactando negativamente na qualidade de vida e saúde dessa população.
Métodos
O objetivo foi avaliar diferenças entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e Rede Suplementar (RS) no controle da pressão arterial. Para isso, foi realizado um estudo observacional, transversal e analítico que englobou pacientes hipertensos atendidos nos ambulatórios de cardiologia do SUS e da RS em Sergipe (Brasil). As informações foram obtidas por meio de questionário padronizado e prontuários médicos. Além da análise descritiva, foram realizados os testes Shapiro Wilk, qui-quadrado e teste U de Mann-Whitney. O nível de significância foi fixado em 5%.
Resultados
Do total de 1000 participantes, 50% eram do SUS e 50% da RS, sendo a média de idade de 60,9 ±11,9 anos e 61,14 ±13 anos, respectivamente, sem diferença entre os grupos (p=0,618). A amostra total foi formada por 57,1% de mulheres e 42,9% de homens, também sem diferença entre SUS e RS (p=0,085). Houve maior prevalência de negros (29% vs. 11%), classe social E (67,2% vs 6,4%) e analfabetismo (16,2% vs 0,2%) no SUS (p<0,001 para todas as comparações). Os usuários do SUS foram mais diabéticos (24,6% vs. 18,6%; p=0,021) e dislipidêmicos (42,6% vs. 25,4% p<0,001). Quanto ao controle da HAS, os pacientes do SUS exibiram menor controle da doença, mais idas ao pronto-socorro no último ano por causa hipertensiva e menos consultas regulares com o cardiologista, enquanto os pacientes da RS realizaram mais automedicação. Não houve diferença quanto à automedida doméstica da pressão arterial.
Conclusões
Houve maior prevalência de HAS não controlada entre usuários do SUS que, por sua vez, apresentaram menos idas regulares ao cardiologista, mais visitas à urgência nos último ano por causa hipertensiva e menos automedicação, quando comparado à RS. Piores índices socioeconômicos e de escolaridade também foram predominantes nos pacientes atendidos pelo SUS. Desta forma, foi possível observar que a desigualdade social, de fato, deve ser um fator importante a ser considerado na elaboração de estratégias voltadas ao maior controle da HAS.
Arquivos
Área
Medicina
Instituições
Hospital São Lucas - Rede D'or São Luiz - Sergipe - Brasil, Universidade Federal de Sergipe - Sergipe - Brasil
Autores
Gabriela Oliveira Salazar, Gabriela Oliveira Salazar, Glessiane Oliveira Almeida, Glessiane Oliveira Almeida, José Icaro Nunes Cruz, José Icaro Nunes Cruz, Cláudia Bispo Martins Santos, Cláudia Bispo Martins Santos, Ana Flávia Silveira Souza, Ana Flávia Silveira Souza, Isadora Pinheiro Urquieta, Isadora Pinheiro Urquieta, Andrey Oliveira Cunha, Andrey Oliveira Cunha, Artur Neves Cardoso, Artur Neves Cardoso, Marcos Antonio Almeida-Santos, Marcos Antonio Almeida-Santos, Jose Augusto Soares Barreto-filho, Jose Augusto Soares Barreto-filho, Joselina Luzia Menezes Oliveira, Joselina Luzia Menezes Oliveira, Antonio Carlos Sobral Sousa, Antonio Carlos Sobral Sousa